Renault detalha plano econômico e anuncia 4.600 cortes na França
A empresa automobilística revelou nesta sexta-feira (29) seu plano de cortes no país que integra um plano de economias de cerca de € 2 bilhões (cerca de R$ 12 bilhões) em três anos. A Renault também anunciou nesta quinta-feira (28) a eliminação de 15 mil vagas em todas as suas filiais do mundo.
O construtor prevê a diminuição da capacidade mundial de produção de 3,3 milhões de veículos até 2024, contra 4 milhões em 2019. O plano deve afetar fábricas em quatro regiões: Caudan, na Bretanha, Choisy-le-Roi, na região parisiense, Dieppe, em Seine Maritime e Maubeuge, no norte do país.
"Fecharemos apenas a fábrica de Choisy até 2022, das 14 situadas na França", assegurou o presidente do grupo, Jean-Dominique Senard, durante uma coletiva de imprensa.
O projeto também inclui suspensão da produção da fábrica situada em Flins, na região parisiense, que será transformada em uma usina de reciclagem de peças. O fechamento da fábrica de Fonderie, em Caudan, na Bretanha, já gera protestos entres os sindicatos.
A CFDT, um dos maiores sindicatos da França denunciou o projeto afirmando que a voz dos funcionários será ouvida "por todos os meios possíveis." No total, o construtor reúne cinco marcas: Alpine, Dacia, Lada e Samsung Motors.
O projeto é considerado "vital" pela diretora-geral do grupo, Clotilde Delbos e envolve 8% do total de vagas da companhia em todo o mundo, mas não haverá demissões diretas, segundo a executiva. As economias virão da eliminação de cargos de aposentados que não serão substituídos, da mobilidade em vagas internas e de demissões voluntárias.
O grupo também anunciou a suspensão dos projetos de aumento das capacidades de produção previstas no Marrocos e na Romênia. A Renault também analisa a adaptação da capacidade de produção na Rússia e a racionalização da fabricação de caixas de câmbio em usinas de todo o mundo. No total, as economias representam € 2,15 bilhões (cerca de R$ 12 bilhões) sobre os custos fixos da empresa.
Transição energética será afetada, diz governo
Para o prefeito de Dieppe, Nicolas Langlois, ouvido pela RFI, o governo perderá uma filial que produz peças há mais de 50 anos e é essencial para os objetivos ambientais do governo francês.
O projeto de transição energética do governo, diz, com carros menos poluidores, passa pelo know how de fábricas como a da usina Renault Alpine situada em sua cidade. "Essa decisão é inanceitável se observarmos os anúncios do governo sobre o assunto", declarou.
A França anunciou na semana passada mais € 8 bilhões para ajudar o setor automobilístico. Na Bolsa de Paris, a ação da Renault caiu mais de 3% nesta manhã.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.