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Morre Christo, artista plástico que "embrulharia" Arco do Triunfo neste ano

01/06/2020 16h44

O artista plástico Christo, famoso por suas colossais criações que "embrulhavam" monumentos como a Pont Neuf, em Paris, ou o Reichstag em Berlim, morreu no domingo (31), aos 84 anos, anunciaram seus colaboradores em sua conta oficial do Facebook. Ele seria tema de uma exposição do Centro Pompidou e preparava um projeto que cobriria o Arco do Triunfo - um dos eventos culturais mais esperados deste ano em Paris.

Christo Vladimirov Javacheff "faleceu de causas naturais em 31 de maio de 2020 em sua casa em Nova York", afirma uma mensagem divulgada por seu escritório no Facebook.    

"Christo viveu sua vida plenamente, não apenas imaginando o que parecia impossível, mas percebendo. O trabalho de Christo e Jeanne-Claude reuniu pessoas com experiências compartilhadas de todo o mundo, e será perpetuado em nossos corações e nossas memórias", escreveram seus colaboradores na mensagem.

Inventor de um novo gênero artístico, "o tecido do espaço", o artista ficou célebre por envolver a famosa ponte Pont Neuf de Paris, em 1985 e o Reichstag, em Berlim, em 1995.

O Centro Pompidou deveria ter inaugurado em março uma exposição consagrada ao artista e à sua mulher, mas o evento teve que ser adiado para julho devido à pandemia do coronavírus. Christo também preparava o envoltório do Arco do Triunfo. A obra era anunciada como um dos grandes momentos da agenda cultural do segundo semestre na capital francesa, mas a instalação será realizada em 2021 também por causa da Covid-19.

A morte de Christo comoveu o presidente francês, Emmanuel Macron, que emitiu um comunicado nesta segunda-feira (1°). Para o chefe de Estado, as obras do búlgaro "transformavam os edifícios e as paisagens do mundo em eventos poéticos".

"O presidente da República e sua esposa, Brigitte Macron, saúdam o trabalho deste poeta do espaço com visões grandiosas e apresentam condolências a seus parentes e admiradores", afirma o documento, reiterando que "Christo procurava encantar sempre e por todos os lugares".

Fugitivo do regime comunista

Nascido em 13 de junho de 1935 em Gabrovo, na Bulgária, Christo fugiu em 1956 em um trem de mercadorias do regime comunista e do realismo soviético ensinado na Faculdade de Belas Artes de Sofia. 

Em 1958, ele conheceu sua esposa, a criadora francesa Jeanne-Claude Denat de Guillebon, que morreu em 2009 em Paris. Juntos, eles eram um dos casais mais midiáticos da arte contemporânea. Suas obras precisavam de anos de concepção e milhões de dólares para serem realizadas, embora durassem apenas alguns dias.

O artista obteve a cidadania americana e morava em Nova York.