"O pior provavelmente já passou", diz Chiristine Lagarde sobre crise do coronavírus na zona euro
A presidente do Banco Central, Christine Lagarde, disse nesta sexta-feira (26) que a zona do euro já deixou para trás o pior da crise provocada pelo coronavírus, porém a retomada econômica do bloco ainda é incerta, já que a possibilidade de uma segunda onda de contágios pela Covid-19 é alta.
Esta é a primeira vez, em meses, que a questão é abordada com uma dose de otimismo. Lagarde, que já dirigiu o FMI (Fundo Monetário Internacional), deu a declaração durante um debate virtual. Ela insistiu, entretanto, que a recuperação será "incompleta", "desigual", e vai transformar a economia.
A Europa sedia entre os dias 17 e 18 de julho uma cúpula para tentar chegar a um acordo sobre um plano de retomada da economia europeia, prevendo a criação de um fundo de € 750 bilhões financiados por empréstimos. "Não acho que eles chegarão a um acordo em julho", disse Lagarde, prevendo "negociações intensas". Ela elogiou, entretanto, o movimento criado para frear o impacto econômico da epidemia.
"Pela primeira vez, houve um trabalho conjunto de políticas monetárias e orçamentárias", declarou. De acordo com Lagarde, alguns setores, como o transporte aéreo ou lazer, teriam dificuldade para estabilizar a situação ao nível de antes da crise, mas outros se beneficiariam da situação atual.
Plano excepcional
O Banco Central Europeu lançou, em maio, um plano de apoio excepcional à economia da zona euro, se comprometendo à aquisição de € 1.350 bilhão de títulos nos mercados e liquidez a taxas negativas para os bancos. O objetivo é garantir a oferta de créditos para estimular a retomada.
As medidas, conjugadas às garantias fornecidas pelos Estados, por enquanto trazem resultados. Christine Lagarde assegurou que o Banco Central privilegiou respostas "proporcionais" à crise, uma alusão à corte constitucional alemã, que questionou o programa de aquisição de títulos da BCE, julgado "desproporcional."
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