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OMS diz que epidemia está longe de acabar" e pede respeito a medidas de proteção

29/06/2020 14h10

A pandemia de Covid-19 "está longe de terminar" e se "acelera", alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta segunda-feira (29), ao pedir que o mundo aja agora, sem esperar por uma vacina.

"Amanhã, seis meses terão se passado desde que a OMS recebeu os primeiros relatórios de casos de pneumonia de causa desconhecida na China. (...) Todos nós queremos que isso acabe logo. Mas a dura realidade é que está longe de terminar ", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante uma conferência de imprensa virtual.

Americanos não seguem as recomendações

O surgimento de novas contaminações pelo coronavírus nos Estados Unidos se deve, de acordo com as autoridades sanitárias do país, ao fato de que a população não respeita as regras impostas para evitar o contágio. "Há falhas na manutenção da distância entre as pessoas e no uso de máscaras", disse Anthony Fauci, principal responsável pelo controle da doença no país. "Esta é a receita para o desastre", completou o chefe do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas.

A disseminação do novo coronavírus vem se acelerando, particularmente, nos estados do oeste e sul dos Estados Unidos, que não seguiram as instruções das autoridades de saúde, que aconselhavam esperar duas semanas de declínio contínuo das novas contaminações, antes de acabar com o confinamento.

"Agora vemos as consequências da disseminação comunitária, que é ainda mais difícil de ser contida do que em um local bem definido como uma prisão, um lar de idosos ou um matadouro ", disse Fauci. Em quatro meses, mais de 125.000 pessoas morreram em decorrência da Covid-19 nos Estados Unidos.  

Enquanto 15 estados americanos registraram aumentos recordes do número diário de novas infecções na semana passada, alguns começaram a voltar atrás na flexibilização do confinamento, como Texas, Flórida e Califórnia.

Em viagem ao Texas no domingo (28), o vice-presidente americano, Mike Pence, encorajou os americanos a usarem máscaras de proteção. A medida pode ser considerada como uma reviravolta para a administração dos EUA, já que o presidente Donald Trump sempre se recusou a aparecer em público com um máscara no rosto.

Nas regiões em que o ressurgimento da contaminação por Covid-19 é mais forte, "as autoridades de saúde dos EUA consideram ampliar o número de testes de diagnóstico", disse Anthony Fauci, que ainda expressou otimismo sobre a possibilidade de desenvolvimento de uma vacina até o final do ano.

Último balanço

A nova pandemia de coronavírus já matou pelo menos 501.847 pessoas em todo o mundo desde que a China notificou oficialmente a doença em dezembro. Mais de 10.161.240 casos de infecção foram oficialmente diagnosticados, em 196 países e territórios, dos quais pelo menos 5.074.100 são considerados curados.

Os Estados Unidos, que registraram sua primeira morte ligada ao coronavírus no início de fevereiro, são o país mais afetado tanto em número de mortes quanto de casos, com 125.803 mortes para 2.549.069 casos. Pelo menos 685.164 pessoas foram declaradas curadas no país.

Depois dos Estados Unidos, os países mais afetados são o Brasil, com 57.622 mortes em 1.344.143 casos, o Reino Unido com 43.550 mortes (311.151 casos), a Itália com 34.738 mortes (240.310 casos) e a França com 29.778 mortos (199.343 casos).