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Polícia alemã investiga suposto espião egípcio da assessoria de imprensa de Merkel

10/07/2020 10h33

A polícia alemã anunciou nesta quinta-feira (9) que abriu uma investigação no fim de 2019 contra um espião egípcio, que teria trabalhado na assessoria de imprensa da chanceler Angela Merkel.

De acordo com a polícia alemã, ele teria atuado no setor durante anos, sem levantar suspeitas, e usava o cargo para identificar opositores do regime do presidente Abdel Fattah Al-Sissi. Sua identidade não foi revelada. 

De acordo com o jornal alemão Bild, o homem, que era servidor público, trabalhava na organização das visitas da imprensa alemã. O setor é conhecido como Bundespresseamt e seus assessores são encarregados de divulgar as atividades da chancelaria. 

De acordo com um relatório do serviço secreto alemão, os agentes egípcios são bastante ativos na Alemanha . O principal objetivo deles é coletar informações sobre os opositores de Al-Sissi que vivem no país, principalmente aqueles que pertencem à Irmandade Muçulmana, proibida em 2013 no Egito.

Forças armadas

Os serviços egípcios também buscam dados sobre os membros da comunidade cristã dos coptas e tentam recrutar cidadãos que vivem na Alemanha como espiões.Para isso, aproveitam de visitas oficiais de representantes diplimáticos, por exemplo.

O país é dirigido por militares desde 1952, exceto no período entre janeiro e fevereiro de 2011, quando a Primavera Árabe resultou na derrubada do ex-presidente Hosni Mubarak do poder.

As forças armadas têm um papel preponderante na sociedade egípcia e seu papel ganhou força nos últimos anos. O atual presidente chegou ao poder em 2013 e ganhou força depois da destituição de Mohamed Morsi, o único chefe de estado egípcio civil eleito democraticamente.