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Irã afirma que "erro humano" na configuração de radar resultou na queda de avião ucraniano

12/07/2020 08h09

Um relatório da Aviação Civil Iraniana, divulgado na noite sábado (11), apontou que "um erro humano" - a configuração incorreta de um radar militar - é o elemento-chave que resultou na queda do Boeing 737-800 da Ukraine International Airlines, em 8 de janeiro, perto de Teerã. A aeronave foi derrubada por dois mísseis do Irã, matando as 176 pessoas a bordo. 

"Uma falha ocorreu devido a um erro humano no acompanhamento do radar, causando um 'erro de 107 graus' no sistema", afirma o documento. A má configuração do mecanismo "está na origem de uma sequência desastrosa", que levou a aeronave a ser abatida minutos depois. 

Segundo a Aviação Civil Iraniana, esse ainda não é o relatório final sobre o incidente, mas o documento serve para apontar "os fatos". Ele afirma que vários erros levaram à queda do Boeing 737-800 da Ukraine International Airlines, como a não identificação do aparelho como um avião de linha, por exemplo.

Nos primeiros dias após a queda do avião, o Irã chegou a negar sua responsabilidade no caso. Depois de ter sido acusado pelos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, reconheceu que a aeronave foi derrubada por engano por dois mísseis.

O relatório afirma que o primeiro míssil foi disparado por um operador "sem que ele tivesse recebido resposta do centro de coordenação". O outro míssil foi acionado trinta segundos depois, "levando em consideração a trajetória do alvo detectado", reitera o documento. 

O voo PS752 da companhia Ukrainian Airlines International caiu dois minutos depois de decolar do Aeroporto de Teerã rumo a Kiev. Entre as 176 pessoas a bordo, a maioria era iraniana e canadense. Havia também 11 cidadãos ucranianos, entre eles, nove membros da equipagem. Ninguém sobreviveu. 

Contexto de tensão entre EUA e Irã

A queda do avião ocorreu em um contexto de forte tensão entre Washington e o Teerã. O incidente foi registrado poucas horas depois de um ataque iraniano contra duas bases americanas no Iraque, em 8 de janeiro, em represália à morte chefe da Guarda Revolucionária do Irã, general Qasem Soleimani, em 2 de janeiro.

O avião foi atingido no momento em que a ameaça inimiga se encontrava "no mais alto nível", indicou um comunicado divulgado em janeiro pela agência oficial de notícias do Irã.