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Cometa Neowise pode ser visto a olho nu no hemisfério norte após 20 anos

13/07/2020 16h55

Descoberto no final de março pelo satélite Neowise da Nasa, o cometa tornou-se visível em 3 de julho, quando atingiu seu periélio, o ponto de sua órbita mais próximo do Sol - a 50 milhões de quilômetros. O fenômeno, visível no hemisfério norte, não ocorre há mais de duas décadas.

À medida em que se aproximam do Sol, o gelo dos cometas sublima em gases, criando um longo rastro que reflete a luz. "É muito raro ver tão bem os cometas. O último que se viu a olho nu foi Hale-Bopp em 1997", diz a astrônoma Lucie Maquet, do Observatório de Paris-PSL.

Neowise é visível em qualquer parte do hemisfério norte, inclusive nas cidades, desde que o céu esteja limpo. É preciso olhar para o nordeste, entre as constelações de Dolphin e Ursa Maior, no lado oposto do cabo da "panela".

Os cometas são corpos formados por gelo, rochas e materiais orgânicos, e vêm dos confins do sistema solar: o cinturão de Kuiper, ou talvez ainda mais longe, da nuvem de Oort, que são ambas concentrações de pequenos corpos celestes.

Última visita aconteceu na Mesopotâmia antes da escrita

Neowise escreve uma grande elipse em torno do Sol e sua órbita leva 6.765 anos, ou seja, sua última visita à vizinhança da Terra foi anterior à invenção da escrita na Mesopotâmia. O fenômeno será visível até o final de julho, embora vá perdendo pouco a pouco a luminosidade à medida em que se afasta do Sol.