Covid-19: Mercado de trabalho para jovens será um dos mais atingidos pela pandemia
Um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgado nesta terça-feira (11) alerta para o impacto da pandemia de Covid-19 na vida profissional dos mais jovens. Segundo a entidade, uma geração inteira pode ser prejudicada.
Estudos interrompidos, vagas suprimidas, carreiras suspensas temporariamente. Essas são algumas das consequências da pandemia de Covid-19, que atinge principalmente os mais jovens, segundo o estudo da OIT. De acordo com o relatório, a população entre 18 e 29 anos sofrerá um impacto "sistemático, profundo e fora de proporções", que poderá "enfraquecer o potencial produtivo de uma geração inteira".
A organização aponta que a pandemia reforçou desigualdades já existentes, como a precariedade das mulheres mais jovens. Além disso, se 73% dos que estudam ou trabalham e estudam ao mesmo tempo foram afetados pelo fechamento de escolas, universidades e centros de formação, muitos deles não puderam continuar o aprendizado à distância, principalmente nos países mais pobres.
"Uma fratura digital entre as regiões" se manifestou durante a crise sanitária, explica o relatório. Enquanto 65% dos jovens oriundos de países mais ricos puderam continuar estudando por videoconferências, nas nações mais pobres apenas 18% conseguiram assistir suas aulas à distância.
Entre os que acompanharam seus professores nas telas dos computadores, 65% consideram que aprenderam menos nos últimos meses. O resultado é que muitos vão levar mais tempo para se formar e 9% pretendem simplesmente abandonar os estudos.
Para os que já estão no mercado profissional, a situação não é melhor. Um em cada seis jovens teve que parar de trabalhar e 42% dos que continuaram tiveram seus salários reduzidos.
Entrada mais tarde na vida profissional
"É provável que a crise gere mais obstáculos no mercado de trabalho e prolongue o período de transição entre o fim dos estudos e o momento em que os jovens entram no mercado profissional", resume a OIT.
A organização pede uma "reposta política urgente, em grande escala, para evitar que a crise não destrua as perspectivas de emprego de uma geração inteira de jovens", e chama a atenção para o impacto psicológico dessa situação. "Além de destruir empregos ou perspectivas de emprego, a crise sanitária compromete a educação e a formação, e tem graves repercussões no bem-estar mental".
Segundo a entidade, 50% dos jovens podem sofrer de ansiedade ou depressão, enquanto 17% já sofrem desses males após a pandemia. "Não podemos ficar de braços cruzados diante dessa situação", alertou Guy Ryder, diretor-geral da agência da ONU em um comunicado.
O relatório analisou a situação de 12 mil pessoas entre 18 e 29 anos, a pesquisa foi feita online, em 23 línguas e 112 países, entre 21 de abril e 21 de maio. Além da OIT, várias associações participaram do projeto.
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