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Para Trump, uma mulher como vice-presidente é uma "ofensa" para alguns homens nos EUA

11/08/2020 15h35

Donald Trump disse nesta terça-feira (11) que a presença de uma mulher como candidata a vice-presidente poderia "ofender" alguns homens. A declaração foi uma resposta à promessa do democrata Joe Biden, que deve anunciar esta semana quem o acompanhará na campanha pela presidência dos Estados Unidos.  

Desde o início da campanha, Biden disse que seu vice-presidente seria uma mulher. Questionado sobre o assunto durante entrevista para a emissora de rádio Fox Sports, Trump disse que Biden "se limitou a um certo grupo de pessoas". Para o atual presidente, caso o democrata realmente escolha uma mulher para vice, "alguns dirão que é uma ofensa feita aos homens, e outros dirão que está tudo bem".

Apenas duas mulheres em toda a história política dos Estados Unidos foram designadas como vice na corrida pela Casa Branca. A primeira delas foi a democrata Geraldine Ferraro, que acompanhou Walter Mondale na campanha de 1984, e a segunda foi a polêmica Sarah Palin, que concorreu ao lado do republicano John McCain em 2008.

Trump também aproveitou a ocasião para saudar seu próprio vice, Mike Pence. No entanto, o republicano minimizou a importância do cargo na disputa, alegando que qualquer um pode ser candidato. "As pessoas não votam para um vice. Você pode até escolher George Washington ou Abraham Lincoln, vindos do além. As pessoas simplesmente não votam para um vice", insistiu.

Stacey Abrams conta com apoio da comunidade negra

Cinco nomes são cogitados como possível vice ao lado de Biden: Elizabeth Warren, senadora progressista que abandonou a campanha para a presidência; Amy Klobuchar, senadora de Minnesota; Gretchen Whitmer, governadora de Michigan desde 2019; Kamala Harris, senadora da Califórnia de origem indiana, e Stacey Abrams, que tentou em 2018, na Geórgia, se tornar a primeira negra governadora dos Estados Unidos.

Os apelos para que Biden tenha uma candidata a vice-presidente negra ao seu lado se multiplicaram, principalmente após a morte de George Floyd, um homem negro sufocado por um policial branco em Minneapolis, em maio. Esta semana, 100 afro-americanos célebres, entre eles o rapper Diddy, o apresentador de rádio Charlamagne tha God e diversas figuras do esporte, pediram abertamente que o democrata escolha uma mulher negra para compor sua chapa nas eleições presidenciais de novembro.

A questão racial pode pesar na escolha de Biden, ex-vice-presidente de Barack Obama, primeiro presidente negro dos Estados Unidos. O atual candidato deve muito de sua vitória nas primárias democratas aos afro-americanos, que lhe deram uma enorme vantagem sobre os rivais no final de fevereiro na Carolina do Sul, após três derrotas humilhantes em outros estados. A mobilização dessa importante minoria será crucial para a conquista da Casa Branca.  

O nome da escolhida deve ser divulgado ainda esta semana. Biden deve revelar sua decisão antes da convenção nacional democrata, que será realizada de 17 a 20 de agosto e vai oficializar a candidatura. O evento está previsto para acontecer em Milwaukee, Wisconsin, mas será transmitido pela internet devido à pandemia de coronavírus.