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Reino Unido multará em até 10 mil libras quem descumprir autoconfinamento

Mulher anda de bicicleta usando máscara de proteção contra o coronavírus no Reino Unido - TOLGA AKMEN / AFP
Mulher anda de bicicleta usando máscara de proteção contra o coronavírus no Reino Unido Imagem: TOLGA AKMEN / AFP

20/09/2020 07h56

Os britânicos que não cumprirem o autoconfinamento em caso de contágio pelo coronavírus serão multados em até £ 10.000 (cerca de R$ 70.000). A decisão foi anunciada pelo governo britânico nesse sábado (19) ao apresentar as novas regras para tentar reduzir o número de infecções no país que enfrenta a segunda onda da pandemia.

O primeiro-ministro Boris Johnson introduziu novas restrições para os habitantes das regiões norte, noroeste e centro da Inglaterra, as mais afetadas. Entre essas medidas, o governo introduziu a obrigatoriedade de autoconfinamento, a partir do dia 28 de setembro, para as pessoas que testaram positivo para a covid-19 ou caso o Serviço Nacional de Saúde (NHS) solicite.

"A melhor maneira de combater o vírus é que todos sigam as regras e se isolem caso corram o risco de transmitir o coronavírus", disse o primeiro-ministro em um comunicado. "Ninguém deve subestimar a importância dessas medidas, as novas regras significam que você é legalmente obrigado a aplicá-las se tiver sido infectado ou se o NHS solicitar", acrescentou.

O Reino Unido pede que as pessoas com teste positivo se isolem por dez dias. Os casos contatos, isto é, quem vive com alguém infectado ou com sintomas, devem respeitar uma quarentena de 14 dias. Se as regras forem quebradas, eles vão impor multas que variam de 1.000 libras (quase R$ 7.000) a 10.000 libras (cerca de R$ 70.000) se houver reincidência ou nos casos mais graves.

As empresas que ameaçarem de demissão os trabalhadores que não forem trabalhar em respeito à medida também serão multadas.

Subsídio para pessoas carentes

Para encorajar o autoconfinamento, pessoas de baixa renda poderão receber um subsídio de 500 libras caso não possam trabalhar à distância durante a quarentena.

O Reino Unido foi o país europeu mais afetado pela pandemia, com quase 42.000 mortes registradas, e tem enfrentado um rápido aumento no número de novos casos nas últimas semanas. O país registrou ontem 4.422 novos casos de contaminação, o maior número diário de contágios desde 8 de maio.

"Estamos vendo isso na França, na Espanha, por toda a Europa. Temo que seja absolutamente inevitável acabarmos vendo isso neste país", insistiu Johnson. O primeiro-ministro britânico reluta, no entanto, em impor um novo lockdown no país.

O ministro da Saúde, Matt Hancock, alertou neste domingo (20) que o país atingiu um índice de contaminação perigoso. Ele disse que a população deve fazer escolhas para evitar medidas mais drásticas e pediu que todo mundo obedeça às novas regras.

Alguns deputados conservadores já criticam as medidas tomadas. No sábado, manifestantes antivacinas e antiquarentena entraram em confronto com a polícia na Trafalgar Square, no centro de Londres, e 32 pessoas foram presas.

(Com informações da AFP e Reuters)