Coletivo de ONGs alertam grupo Casino sobre produtos ligados ao desmatamento na Amazônia e Cerrado
Um coletivo de ONGs ambientalistas chama a atenção do grupo francês Casino sobre sua responsabilidade na cadeia de produtos vinculados com os problemas de desmatamento na Amazônia e no Cerrado. Em uma carta de advertência divulgada nesta segunda-feira (21), associações francesas, americanas, brasileiras e colombianas pedem para o gigante francês da distribuição respeitar suas obrigações legais.
Na carta aberta, os ambientalistas exigem que o grupo francês rastreie toda a sua cadeia de produtos e coloque em prática um sistema de alerta, especialmente para a proteção das florestas e dos povos indígenas.
"Essas associações nos encarregaram de exigir o respeito às obrigações legais impostas à empresa Casino Guichard-Perrachon, em relação ao dever de vigilância e riscos relacionados ao desmatamento na América do Sul", anunciaram os advogados das ONGs em um e-mail destinado ao CEO do grupo Casino, Jean-Charles Naouri.
O texto vincula quatro estabelecimentos agrícolas envolvidos no desmatamento ilegal no Brasil - na Amazônia e no Cerrado - e 52 produtos "vendidos em unidades do grupo".
O alerta é assinado por ONGs como Notre Affaire à Tous, Sherpa, Mighty Earth e Envol Vert, esta última uma organização franco-colombiana responsável pela publicação do relatório que serviu de base para o texto.
Violação dos direitos dos povos amazônicos
Na carta de advertência, os advogados destacam que "a investigação realizada pela Envol Vert permitiu demonstrar que esses fornecedores do grupo Casino [...] eram frequentemente abastecidos por estabelecimentos agrícolas envolvidos em atividades de desmatamento e apropriação de terras indígenas".
As ONGs exigem que o grupo estabeleça um mapa de riscos, a rastreabilidade em toda a cadeia de abastecimento, assim como a implementação de um sistema de alerta, principalmente nos casos de violação dos direitos dos povos amazônicos.
"Quando o Casino diz que verificou que seus três principais fornecedores são abastecidos diretamente em estabelecimentos agropecuários que não realizam o desmatamento, o objetivo deste relatório é afirmar que isso não é suficiente", declarou o advogado François de Cambiarie.
Caso a empresa não cumpra a exigência em um prazo de três meses, as organizações pretendem levar o caso à justiça e "solicitar a indenização dos prejuízos resultantes".
O desmatamento atingiu um nível excepcional em 2019 (9.178 km2) no Brasil, primeiro ano do mandato do presidente Jair Bolsonaro.
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