Na ONU, Bolsonaro diz que Brasil é vítima de campanha de desinformação sobre a Amazônia
Em discurso de abertura da 75ª sessão Assembleia Geral das Nações Unidas, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro rebateu críticas internacionais e alegou que focos de incêndio "são combatidos com rigor". O chefe de Estado também falou sobre a luta contra a pandemia de Covid-19 e pediu a proteção da liberdade religiosa.
Luiza Duarte, correspondente da RFI em Nova York
O discurso gravado do presidente brasileiro foi transmitido de forma simultânea pelas redes sociais e em um telão dentro do grande salão da Assembleia Geral, na sede das Nações Unidas, em Nova York. Bolsonaro enumerou as ações do governo federal para combater a pandemia de Covid-19, como o auxílio emergencial e o investimento na produção de vacinas.
O presidente lamentou as mortes pela Covid-19 e disse à comunidade internacional que alertou, desde o início do surto, que o Brasil tinha dois problemas: a pandemia e o desemprego, e que ambos deviam ser tratados com a mesma responsabilidade. Ele acusou a imprensa nacional "de politizar o vírus, disseminando o pânico", e afirmou que as decisões de confinamento no Brasil foram delegadas aos governadores.
O chefe de Estado também usou sua fala para saudar o agronegócio brasileiro que, segundo ele, "continua pujante" e que o país "contribuiu para que o mundo continuasse alimentado". Mesmo assim, continuou Bolsonaro "somos vítimas de uma das mais brutais campanhas de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal".
Tolerância zero
A declaração é uma resposta às críticas internacionais que o governo brasileiro enfrenta diante do aumento de queimadas nessas áreas. "O Brasil desponta como o maior produtor mundial de alimentos. Por isso, há tanto interesse em propagar desinformações sobre o nosso meio ambiente", insistiu.
Bolsonaro alegou que "focos de incêndio criminosos estão sendo combatidos" e que "a floresta é úmida e não permite a propagação de fogo em seu interior". O presidente defendeu que o governo brasileiro tem uma "política de tolerância zero contra o crime ambiental".
Cristofobia
Todos os anos, um chefe de Estado brasileiro é o primeiro a ter a palavra no principal evento do calendário das Nações Unidas. Durante seu discurso, Bolsonaro afirmou que o Brasil é um "país cristão e conservador". "Faço um apelo a toda a comunidade internacional pela liberdade religiosa e pelo combate à cristofobia", disse ainda o líder, antes de falar da aproximação com Israel e os países árabes e felicitar o presidente americano, Donald Trump - que busca a reeleição em novembro - pelos acordos internacionais firmados no Oriente Médio.
A pandemia da Covid-19 fez com que, pela primeira vez em 75 anos, o principal evento das Nações Unidas acontecesse de forma virtual. Líderes mundiais enviaram com antecedência discursos gravados para serem transmitidos ao longo do Assembleia. Nenhum deles fez o deslocamento até Nova York, onde fica a sede da ONU. Nem mesmo Trump, que gravou um discurso direto da Casa Branca.
Os Estados Unidos são o país mais afetado no mundo pela pandemia, com cerca de 200 mil mortos e mais de 6 milhões de infectados pela Covid-19. Restrições de viagem estão em vigor e uma quarentena de 14 dias é exigida para entrar no estado de Nova York, que entre março e abril foi o epicentro da pandemia no mundo.
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