Total se retira de projeto de exploração de petróleo na foz do rio Amazonas
O grupo petroleiro francês Total anunciou nesta segunda-feira (28) que transferiu para a Petrobras sua participação em um projeto de exploração no Brasil, localizado na foz do Amazonas e criticado há muitos anos por organizações de defesa do meio ambiente.
Nesta segunda-feira, em um comunicado, o grupo francês anunciou que "abandonará" a bacia da foz do Amazonas, após ter concluído um acordo com a Petrobras em 24 de setembro para "transferir sua participação em cinco blocos de exploração", localizados a 120 quilômetros da costa do Brasil.
Em dezembro de 2018, o Brasil negou à Total a licença ambiental para perfurações nos blocos, por conta de "incertezas" em caso de situações de emergência. A imprensa mencionou na época "a possibilidade de vazamento de petróleo que poderia afetar os recifes de corais presentes na região, e por extensão, a biodiversidade marinha".
A rejeição foi solicitada pelo Ministério Público e por grupos de defesa do meio ambiente. A área poderia abrigar até 14 bilhões de barris de petróleo de acordo com alguns geólogos, mais do que que a totalidade das reservas do Golfo do México.
Grupo apostou em Bolsonaro, diz Greenpeace
A ONG Greenpeace afirmou que a Total "reativou recentemente o processo de aquisição de licenças para perfurar perto do recife do Amazonas, um ecossistema único e vulnerável, ainda desconhecido". O Greenpeace afirma que o grupo francês "apostou em Jair Bolsonaro, presidente de extrema-direita, que questiona a mudança climática, para reativar os projetos de perfuração no Brasil".
De acordo com Edina Ifticène, representante da Organização, "está claro que a empresa francesa só renunciou a esse projeto controverso depois da mobilização internacional iniciada há quatro anos", disse. O Greenpeace lançou uma petição em 2016 contra o projeto da petrolífera francesa. "A foz do Amazonas será definitvamente poupada quando a BP e a Petrobras se retirarem definitivamente", reiterou.
(RFI e AFP)
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