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Johnson & Johnson é 2° laboratório a suspender testes de vacina contra Covid-19

13/10/2020 04h52

Os testes, que estão na terceira fase, foram suspensos temporariamente porque um dos voluntários participantes teve uma doença inexplicável, informou o laboratório americano nesta segunda-feira (12). Em setembro, o AstraZeneca, que desenvolve sua vacina com a Universidade de Oxford, também teve que interromper os ensaios clínicos pelo mesmo motivo.

"Interrompemos temporariamente a administração de novas doses em todos os nossos testes clínicos da vacina Covid-19, incluindo o ensaio ENSEMBLE de fase 3, devido a uma doença inexplicável em um participante do estudo", afirmou a empresa em um comunicado.

A pausa significa que o sistema online para a inscrição de 60.000 voluntários foi fechado O comitê independente de segurança dos pacientes, responsável pelo monitoramento dos testes, foi convocado para avaliar a situação.

A empresa disse que efeitos adversos sérios podem acontecer em qualquer ensaio clínico, especialmente em grande escala, e "são esperados". A interrupção visa determinar se o efeito adverso foi provocado pela vacina que está sendo testada e se o estudo pode ser retomado.

Testes no Brasil

Para a fase 3 de desenvolvimento da vacina Ad26., a Johnson & Johnson começou a recrutar voluntários no final de setembro, com uma meta de inscrever até 60.000 participantes em mais de 200 locais nos Estados Unidos e em todo o mundo.

Os outros países onde o estudo é realizado são Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e África do Sul. No Brasil, o G1 informa, citando dados da Anvisa, que 7.000 pessoas participavam dos testes da vacina Ad26.COV2.S da empresa americana.

Johnson & Johnson era o décimo laboratório no mundo a chegar à terceira fase da vacina contra a Covid-19 e o quarto nos Estados Unidos. A empresa recebeu US$ 1,45 bilhão das verbas da operação "Warp Seep", montada por Washington para produzir o produto rapidamente no país.

Dose única

A vacina da J&J é baseada em uma dose única de um adenovírus, responsável pelo resfriado, modificado para que possa se multiplicar e combinar com a parte que o coronavírus Sars-CoV-2 usa para penetrar na célula, a chamada "spike" (ou proteína de ponta). A empresa americana utiliza a mesma técnica empregada no desenvolvimento de sua vacina contra o Ébola, cuja comercialização foi aprovada pela Comissão Europeia em julho passado.

Em setembro, os testes clínicos da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo grupo AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, considerada uma das mais promissoras, também foram interrompidos depois que um voluntário britânico teve uma doença inexplicável. O grupo pode retomar os ensaios clínicos no início de outubro no Japão e Reino Unido, mas não ainda nos Estados Unidos.

(Com informações da AFP)