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Ex-república soviética, Moldávia elege uma mulher pró-europeia para presidente

16/11/2020 07h39

A candidata pró-europeia Maia Sandu torna-se oficialmente nesta segunda-feira (16) a primeira mulher presidente desde a independência do país em 1991. Ela totaliza 57% dos votos ao final do segundo turno das eleições presidenciais na Moldávia, contra 43% do atual presidente, o pró -Kremlin Igor Dodon. O notável avanço de Maia Sandu foi garantido pela mobilização recorde da diáspora, que lhe deu a vitória por mais de 90%.

Sébastien Gobert, correspondente da RFI em Chisinau

Ecos de fogos de artifício ecoaram tarde da noite em Chisinau, a capital da Moldávia. Maia Sandu teve uma vitória amplamente celebrada. Formada em Harvard, ex-economista do Banco Mundial, ela surpreende ao triunfar sobre o onipresente Igor Dodon.

Sandu prova de que seu programa de reformas liberais e de combate à corrupção conquistou o eleitorado, tanto em casa como nos círculos eleitorais no exterior. Cerca de 260.000 moldavos, um número recorde, reuniram-se em todo o mundo para votar.

O ex-presidente pró-russo da Moldávia, Igor Dodon, admitiu nesta segunda-feira (16) sua derrota no segundo turno das eleições presidenciais no domingo e parabenizou sua rival: "A contagem preliminar mostra que minha oponente ganhou esta eleição", disse Dodon. "Eu a parabenizo", acrescentou.

Desejo de mudança

Os resultados do segundo turno também comprovam o bom andamento do escrutínio, ainda que os dois candidatos se acusem mutuamente de irregularidades. A Moldávia demonstraria assim suas raízes democráticas e seu desejo de mudança.

A verdade é que Maia Sandu pretende reformar o Estado e o sistema judicial, reduzir a corrupção a zero, restaurar a economia, resolver o caso do território separatista da Transnístria, defender a integração europeia do seu país e manter boas relações com o Rússia, tudo sem controlar o Parlamento ou o governo. Para Maia Sandu, sua eleição é apenas o primeiro passo de um longo caminho.

A vitória de Sandu, 48, a primeira mulher a assumir a presidência desta ex-república soviética equilibrando-se durante anos entre as ambições europeias e a reaproximação com Moscou, corre o risco de ser desaprovada pela Rússia, que teme perder sua influência na região.

"Presidente Maia Sandu" e "Um país para os jovens", cantaram seus apoiadores, aplaudindo e oferecendo-lhe flores amarelas, a cor da sua campanha. Empunhando bandeiras nacionais, eles também beberam champanhe em copos de papel antes de se dispersarem no meio da noite.

(Com informações da AFP)