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Macron anuncia fim de lockdown para 15 de dezembro e relaxa medidas contra a Covid-19

24/11/2020 17h22

Em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão, o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou nesta terça-feira (24) o relaxamento de algumas medidas contra a Covid-19 a partir do próximo sábado (28). Dependendo da evolução da doença, o lockdown poderá ser suspenso a partir de 15 de dezembro para que os franceses possam passar juntos as festas de fim de ano. 

"O pico da segunda onda da epidemia passou", garantiu o presidente francês. No entanto, Macron ressaltou que a situação ainda é grave em algumas regiões, mas a diminuição das contaminações e das entradas nos hospitais permite o relaxamento de algumas medidas. 

A partir de sábado, o lockdown será adaptado, permitindo que os franceses possam sair de suas casas em um raio de até 20 quilômetros e em um período máximo de até três horas. Atualmente, a população precisa preencher uma autorização para se afastar apenas um quilômetro de suas residências por, no máximo, uma hora. 

Todas as lojas poderão reabrir até 21 horas, mas, segundo o presidente, cumprindo um rígido protocolo sanitário. Bares e restaurantes continuarão fechados ao menos até 20 de janeiro.

Locais de culto poderão voltar a receber o público, "com o limite estrito de 30 pessoas". Atividades escolares no exterior também estão autorizadas. 

A segunda etapa do relaxamento deverá ocorrer em 15 de dezembro, se o número diário de contaminações baixar para 5 mil e se a quantidade de pessoas nas UTIs baixar para entre 2.500 e 3 mil.

Cumprindo esses requisitos, o lockdown será levantado para que os franceses possam passar a festas de fim de ano em família. Salas de cinema, teatro e museus poderão reabrir, mas grandes eventos continuarão proibidos. Um toque de recolher, das 21h às 7h da manhã, entrará em vigor. 

Segundo o presidente francês, a última e terceira etapa do plano do governo poderá entrar em vigor a partir de 20 de janeiro. Dependendo da evolução da epidemia, bares e restaurantes poderão reabrir. Escolas do ensino médio poderão retomar as aulas presenciais, bem como as universidades, 15 dias depois.

Vacina não será obrigatória

Sem especificar quais laboratórios, Macron afirmou que algumas vacinas estarão disponíveis para a aplicação entre o final de dezembro e o início de janeiro. Segundo ele, após as validação das autoridades europeias, uma campanha será realizada na França, mas a vacinação não será obrigatória. Pessoas idosas e consideradas frágeis serão as primeiras a serem vacinadas, garantiu o chefe de Estado. 

Para garantir a segurança sanitária, "um comité científico será encarregado de acompanhar a vacinação. Um coletivo de cidadãos também será formado para acompanhar a população", disse. De acordo com o presidente uma "segunda geração da vacina" ficará pronta durante a primavera no Hemisfério Norte, que começa no final de março.

Terceiro lockdown?

Desde 30 de outubro, a França obedece a um novo lockdown, o segundo desde o início da crise sanitária. Antes da medida, o governo havia imposto um toque de recolher, considerado como um dos mais rígidos da Europa.

Descartado até meados de setembro, o bloqueio foi imposto devido à explosão de casos no país, que chegou a registrar mais de 50 mil novas contaminações em apenas um dia. Durante o pronunciamento desta noite, o presidente mencionou a possibilidade de um terceiro lockdown, caso os esforços não tragam resultados. 

Nas últimas 24 horas, a França registrou 1.005 mortos por coronavírus (458 nos hospitais e 547 em casas de repouso para idosos) desde que a epidemia foi declarada pelas autoridades sanitárias francesas, em março. No total, a Covid-19 deixou 50.237 mortos no país.