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Covid-19: Moderna pede autorização para vacina e França detalha campanha

30/11/2020 13h47

A empresa americana Moderna anunciou que apresentará nesta segunda-feira (30) pedidos de autorização de emergência para sua vacina contra a Covid-19 nos Estados Unidos e na Europa, após a publicação de resultados que confirmam a eficiência do produto.

A empresa apresentará uma solicitação de autorização de emergência da Agência Americana de Medicamentos (FDA, na sigla em inglês), que deve convocar o comitê de consulta sobre vacinas no dia 17 de dezembro. O encontro poderia permitir, em caso de aprovação, a distribuição nos dias seguintes. A Moderna também apresentará nesta segunda-feira um pedido de uso condicional à Agência Europeia de Medicamentos (EMA).

Duas semanas após ter anunciado que sua vacina é 94,5% eficaz, com base em resultados preliminares, a Moderna afirmou que dos 196 participantes em seu teste clínico contaminados pela Covid-19, 185 pertenciam ao grupo placebo, e 11, ao grupo vacinado, com uma eficácia recalculada em 94,1%.

Isto significa que as pessoas vacinadas tem 94% menos chances de contrair a Covid-19 em comparação ao grupo que não foi imunizado. O resultado é similar ao da vacina da Pfizer/BioNTech (95%).

Nenhuma forma grave da doença foi registrada no grupo vacinado, contra 30 no grupo placebo. Segundo a Moderna, não foram observados novos efeitos colaterais graves nos voluntários vacinados.

A empresa não esclareceu,  entretanto, se foram observadas reações graves no início do estudo. Em 16 de novembro, a Moderna  anunciou que a vacina era, de um modo geral, "bem tolerada" e não havia gerado "grandes preocupações" de segurança.

As reações mais frequentes foram dor na área próxima à injeção no braço, cansaço, rigidez muscular ou dor de cabeça. Um participante do teste clínico morreu, mas estava no grupo placebo. A eficácia observada na vacina foi uniforme de acordo com idade, gênero e etnia, afirma a empresa.

"Esta análise positiva preliminar confirma a capacidade de nossa vacina para prevenir a Covid-19 com uma eficiência de 94,1% e, significativamente, a capacidade para prevenir a forma grave de covid-19", disse Stéphane Bancel, CEO da Moderna.

A vacina Pfizer/BioNTech já está sendo avaliada pela FDA e pode receber autorização pouco depois de 10 de dezembro.

França prepara campanha de vacinação

A Alta Autoridade da Saúde francesa, organismo que regulamenta o uso de medicamentos, anunciou nesta segunda-feira (30) que a futura campanha de vacinação contra o SARS-Cov-2 terá cinco fases "progressivas.

O primeiro grupo a receber a imunização, de cerca de 750 mil pessoas, será o das pessoas idosas com fatores de risco, que moram em casas de repouso medicalizadas, conhecidas como Ehpad, além de seus funcionários.

Em seguida, a vacina será administrada à população de mais de 75 anos e de 65 a 74 anos com risco para formas graves, além de profissionais do setor da saúde e do transporte médico maiores de 50 anos ou fatores de risco. No total, esses grupos correspondem a cerca de 14 milhões de pessoas.

Na terceira fase, a população entre 50 e 65 anos fora do grupo de risco será vacinada e aqueles com menos de 50 propensos a desenvolver formas graves - o que corresponde a cerca de 17 milhões de pessoas.

Esssa fase também prevê a imunização de todos os profissionais da saúde e de setores essenciais, como o da Educação, por exemplo. No fim da lista estão profissões que exigem contato próximo com o público e a população em situação precária, como detentos ou sem-teto.

Só então o restante da população maior de 18 anos, sem problemas de saúde, poderá se vacinar. O órgão ainda não se pronunciou sobre a vacinação em pessoas que já contraíram o coronavírus. A imunização também não será feita, por enquanto, em menores de idade, já que não dados sobre a eficácia e tolerância em crianças e adolescentes.

Obrigatoriedade não está descartada

O órgão antecipa sua estratégia, mas salienta que as vacinas ainda não estão disponíveis e as informações sobre sua atuação ainda são incompletas Ainda não sabe em qual quantidade elas estarão disponíveis.

As autoridades sanitárias francesas já sabem que o número de doses, no início, será limitado, e que as imunizações apenas impedem o paciente de desenvolver a Covid-19. O que ninguém sabe, por enquanto, é se elas impedem a transmissão do vírus SARS-Cov-2. isso exigiria a continuidade do uso da máscara ou outras medidas de proteção.

As autoridades francesas lembram que o objetivo da vacinação é uma proteção individual, e não coletiva, que visa impedir a saturação dos sistemas de saúde. Assim que dispuserem dos dados, a Alta Autoridade da Saúde deve detalhar quais vacinas são mais adaptadas para os diferentes públicos.

A representante do órgão, Elizabeth Bouvet, também não descartou a possibilidade de a vacina se tornar obrigatória "se constatamos, com o passar do tempo, que precisamos de uma taxa de vacinação mais elevada para colocar fim a essa epidemia", declarou.