Topo

OMS alerta para situação "muito preocupante" da covid-19 no Brasil

30/11/2020 15h42Atualizada em 30/11/2020 22h14

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse hoje que a situação da pandemia de covid-19 no Brasil é "muito, muito preocupante". A declaração foi dada durante uma entrevista coletiva em Genebra.

Segundo o representante da OMS, "o Brasil deveria levar isso muito, muito a sério. É muito, muito preocupante". Ele fez um alerta sobre a evolução do coronavírus no país sul-americano, onde quase 173.000 pessoas já morreram. Ele também criticou a gestão da epidemia no México.

Tedros Adhanom Ghebreyesus também declarou que fará tudo para conhecer a origem do vírus e espera enviar rapidamente uma equipe internacional à Wuhan, na China, onde a epidemia teve início. "Não há nada para esconder e a posição da OMS é clara. Temos que conhecer a origem do vírus para prevenir futuras epidemias", disse. Ele lamentou que a questão, técnica, tenha sido politizada.

O presidente Jair Bolsonaro nega a gravidade da doença e, na semana passada, anunciou que não pretende se vacinar contra a covid-19, quando a imunização estiver disponível.

"Não vou tomar, é direito meu"

"Eu digo para vocês, eu não vou tomar, é um direito meu", afirmou em uma live na quinta-feira (26). O Brasil é o segundo país com mais mortes pela doença em números absolutos, atrás apenas dos Estados Unidos. Bolsonaro vem enfrentando críticas por sua gestão da pandemia.

Ele minimiza a doença e ao mesmo tempo se opõe às medidas de quarentena e lockdown, promovendo o uso de remédios como a hidroxicloroquina. Vários estudos já demonstraram a ineficácia deste medicamento contra a covid-19.

O presidente foi infectado pelo coronavírus em julho. Mais da metade de seu gabinete testou positivo. Bolsonaro também disse ter certeza de que o Congresso não vai tornar a vacina obrigatória. Muitos países demonstram esperança em um fim em breve da pandemia e de seus impactos devastadores, após anúncios de laboratórios de que suas vacinas têm 95% de eficácia.

Na quarta-feira (25), o grupo farmacêutico americano Pfizer comunicou a Anvisa sobre os testes de sua vacina, passo necessário para solicitar o registro. O Ministério da Saúde brasileiro já assinou um contrato para a compra de 100 milhões de doses de uma vacina desenvolvida pela AstraZeneca e Universidade de Oxford.

(Com informações da AFP)