Topo

Primeira-ministra da Nova Zelândia declara "estado de emergência climática" no país

02/12/2020 09h01

Diante do Parlamento da Nova Zelândia, a primeira-ministra Jacinda Ardern declarou nesta quarta-feira (2) "estado de ermergência climática". Em seu pronunciamento, a premiê enfatizou a necessidade de realizar uma ação rápida para proteger o planeta e para o bem das futuras gerações. 

"Quando fazemos todas essas declarações é porque existe uma ameaça que paira sobre a vida, sobre os bens e que há urgência em relação à segurança civil", disse a líder da centro esquerda. "Se não reagirmos às mudanças climáticas, continuaremos a sofrer com essas emergências", reiterou.

Ardern também fez um apelo para que os parlamentares aderissem à declaração de "estado de emergência climática", que foi aprovada por 76 votos a favor e 43 contra. "Vamos pelo lado bom da história. Vamos fazer parte da solução que temos que trazer para a próxima geração", convocou a premiê.

A decisão foi alvo de críticas da oposição. Segundo Judith Collins, líder do Partido Nacional da Nova Zelândia (centro direita), a declaração pode "levar as pessoas a acreditarem que algo aconteceu, o que não é o caso. É falso e enganador", reiterou. 

Mobilização mundial sobre a questão

Ao declarar "estado de ermergência climática", a Nova Zelândia passa a integrar o grupo de países que se mobilizam em prol da questão. O Parlamento britânico foi o primeiro a aprovar a declaração, em 1° de maio de 2019. Segundo a organização The Climate Mobilisation, uma dezena de países seguiram o mesmo caminho. 

A Nova Zelândia faz parte dos países que se engajaram para alcançar o objetivo de neutralidade do carbono até 2050. O país, que conta com menos de cinco milhões de habitantes, também se comprometeu a produzir 100% de energia renovável até 2035. 

No entanto, o governo de Ardern, que prometeu se dedicar a temas ambientais antes de chegar ao poder, em 2017, é atualmente acusado de não fazer o suficiente para reforçar a reputação "verde" do país. O grupo Climate Action Tracker, que avalia os engajamentos das nações que emitem gases de efeito estufa, afirma que as políticas climáticas da Nova Zelândia são insuficientes para que o país atinja os objetivos que assumiu ao assinar o Acordo de Paris sobre o Clima, em 2015. 

Já o Greenpeace afirma que em seu objetivo de neutralidade de carbono até 2050, a Nova Zelândia não considerou o metano, uma das principais fontes de emissão de gases de efeito estufa, para preservar o setor agrícola - vital para o país. "Quando a casa pega fogo, não serve para nada acionar o alarme e não combater o incêndio", afirmou Kate Simcock, uma das lideranças neozelandesas da ONG.