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Ações da Pfizer despencam após laboratório admitir que só entregará metade das vacinas

04/12/2020 13h00

As ações da Pfizer desabaram na Bolsa de Valores dos Estados Unidos na quinta-feira (3) depois que um relatório afirmou que a farmacêutica norte-americana espera enviar apenas metade das vacinas Covid-19 originalmente planejadas para este ano, devido a problemas na cadeia de abastecimento. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (4) pelo Wall Street Journal.

O Wall Street Journal, citando uma pessoa diretamente envolvida no desenvolvimento da vacina da Pfizer, publicou que alguns dos primeiros lotes das matérias-primas necessárias para a vacina não atendiam aos padrões. A Pfizer agora planeja produzir apenas 50 milhões de vacinas até o final do ano, metade dos 100 milhões originais que esperava enviar, de acordo com o jornal.

"Existem vários fatores que impactaram o número de doses estimadas para 2020", disse a Pfizer em um comunicado. "Por um lado, aumentar a escala de uma vacina neste ritmo não tem precedentes e fizemos um progresso significativo à medida que avançamos no escuro."

A empresa reafirmou no documento que planejava despachar 50 milhões de doses de vacina este ano, e até 1,3 bilhão de doses até o final de 2021. Ainda assim, as ações da Pfizer caíram mais de 2% no comércio intradiário na quinta-feira. No pregão estendido, a ação, que tem valor de mercado de US $ 223 bilhões, caiu menos de 1%.

Problema na cadeia de suprimentos

A Pfizer disse na quinta-feira que a ampliação da cadeia de suprimentos de matéria-prima demorou mais do que o esperado. O processo também foi atrasado pelos esforços que a empresa estava fazendo para produzir vacinas para testes clínicos. A companhia disse que suas linhas de produção em grande escala nos EUA e na Europa agora estão completas e que está "confiante" de que será capaz de fornecer as doses desejadas.

As vacinas podem conter conservantes para prevenir a contaminação, água estéril, material genético do vírus e outros ingredientes, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos.

A Pfizer, que tem trabalhado ao lado da farmacêutica alemã BioNTech, solicitou uma autorização de uso emergencial da agência de medicamentos para sua vacina contra o novo coronavírus em 20 de novembro. Sua vacina usa a tecnologia do RNA mensageiro, ou mRNA. É uma nova abordagem para vacinas que usa material genético para provocar uma resposta imunológica.

A vacina da Pfizer requer uma temperatura de armazenamento de 80 graus Celsius negativos. A agência reguladora norte-americana disse que apoiou o "primeiro envio em massa" de vacinas na semana passada. A empresa planeja enviar frascos congelados da vacina para pontos de vacinação em Kalamazoo, no estado do Michigan, e em Puurs, na Bélgica.

A Pfizer anunciou em 22 de julho que os EUA concordaram em comprar 100 milhões de doses de sua vacina por até US$ 1,95 bilhão. O acordo, parte do programa de vacinas da administração de Trump, o Operation Warp Speed, permite aos EUA adquirir mais 500 milhões de doses de vacina. Na quarta-feira, o Reino Unido autorizou a vacina da Pfizer, tornando-se o primeiro país do mundo a fazê-lo.