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Covid-19: Máscaras reduzem em quase 100% risco de propagação de gotículas de saliva contaminadas

24/12/2020 08h19Atualizada em 30/12/2020 11h20

Estudo comprova que máscaras reduzem em quase 100% o risco de propagação de gotículas de saliva ligadas à difusão do novo coronavírus. O uso generalizado da proteção poderia salvar 400 mil vidas.

Estudo comprova que máscaras reduzem em quase 100% o risco de propagação de gotículas de saliva ligadas à difusão do novo coronavírus. O uso generalizado da proteção poderia salvar 400 mil vidas.

O uso da máscara é recomendado e até obrigatório em muitos países para evitar a contaminação pelo novo coronavírus. Um estudo publicado na quarta-feira (23) na revista Royal Society Open Science garante que as máscaras faciais reduzem em até 99,9% o risco de propagar as gotículas de saliva maiores, apontadas como as principais responsáveis pela transmissão do vírus. Elas se propagam principalmente quando falamos ou tossimos.

Para demonstrar, os pesquisadores observaram que um indivíduo de pé, a dois metros de outro que tosse sem máscara, será exposto a 10.000 vezes mais gotas desse tipo que se a segunda pessoa usasse uma máscara. "Não há dúvidas de que as máscaras faciais podem reduzir consideravelmente a dispersão de gotículas potencialmente carregadas de vírus", diz o autor principal do artigo, Ignazio Maria Viola, especialista em dinâmica de fluidos aplicada na School of Engineering da Universidade de Edimburgo.

400 mil vidas poderiam ser poupadas

As gotículas mais finas, que formam aerosóis, podem ficar suspensas no ar durante longos períodos e representam um risco principalmente em locais fechados, mal arejados e cheios. Neste caso, as pessoas sem máscara, ou as que não usam a proteção da maneira certa, sem tampar o nariz, estão mais expostas. "Nós inspiramos continuamente toda uma gama de gotículas, da microescala à escala milimétrica" e "certas gotículas caem mais rápido que outras em função da temperatura, da umidade e sobretudo da velocidade da corrente de ar", explica o pesquisador.

O estudo se concentrou em partículas de mais de 170 microns de diâmetro - aproximadamente duas a quatro vezes a largura de um fio de cabelo humano. As partículas de aerosol, que têm tendência a seguir as correntes de ar, são geralmente descritas como inferiores a 20 ou 30 microns.

"Em nosso estudo, para as maiores gotículas que medimos, observamos 99,9% de redução", diz Viola.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recentemente atualizou suas diretivas sobre as máscaras e recomendou que sejam usadas em lugares fechados na presença de outras pessoas se a ventilação não for suficiente. O uso generalizado da proteção poderia reduzir em 400 mil o número de mortos até abril, segundo o Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME) de Seattle, Washington.

"As máscaras em tecidos bloqueiam não só eficazmente as gotículas maiores (de 20-30 microns ou mais), mas também podem bloquear a inspiração de finas gotículas e partículas, normalmente designadas de aerosóis", segundo o Centro pelo controle e prevenção de doenças americano.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado no texto, o uso generalizado da proteção poderia salvar 400 mil vidas, e não 400.000 mil vidas. A informação foi corrigida.