Imprensa francesa destaca os dilemas em torno do impeachment de Donald Trump
As polêmicas em torno do fim da gestão do presidente americano Donald Trump, a apenas 8 dias de deixar a Casa Branca, ocupam as páginas dos jornais franceses. O diário Le Monde traz uma reportagem de capa nesta terça-feira (12) em que analisa o dilema diante de um possível impeachment, que se divide entre princípios democrático e o realismo político. O texto aponta que a resolução apresentada na Câmara dos Representantes cinco dias após o ataque ao Capitólio, em Washington, pode não chegar ao Senado, onde correria o risco de interromper a agenda legislativa no início do mandato de Biden.
A probabilidade de Donald Trump se tornar o único presidente na história dos Estados Unidos a ser indiciado duas vezes durante sua gestão ganhou força nesta segunda-feira (11), com a apresentação em tempo recorde de um pedido concentrado em apenas quatro páginas.
O artigo do Le Monde compara que, ao contrário do primeiro processo de impeachment, iniciado em setembro de 2019, desta vez os democratas acreditam que os fatos são suficientes e nenhuma investigação seria necessária, se referindo às declarações inflamadas feitas publicamente por Trump durante um comício na manhã de 6 de janeiro, que levou à invasão do Congresso, em uma tentativa de evitar a confirmação da vitória de Biden.
Para os autores da resolução, "o presidente Trump pôs em sério risco a segurança dos Estados Unidos e de suas instituições governamentais, ameaçando a integridade da democracia e interferindo na transição pacífica do poder, o que confirmaria Donald Trump como uma ameaça à segurança, à democracia e à Constituição, se permanecer no poder".
Além da resolução, a 25ª emenda à Constituição dos Estados Unidos também permitiria ao vice-presidente, Mike Pence, destituir Donald Trump do poder. Mas, para o Courrier International, as duas hipóteses parecem estar excluídas, visto que Pence confirmou nesta segunda-feira sua intenção de apoiar Trump até 20 de janeiro, durante uma reunião na Casa Branca.
Unir o país
E isso não é tudo: o jornal destaca ainda que o processo de impeachment contrariaria os planos do futuro 46º presidente americano, Joe Biden, que revela sua intenção de unir o país, depois de um mandato que exacerbou as divisões já existentes. O processo também causaria transtornos a outra prioridade de Biden, que seria a votação de um plano de apoio à economia mais robusto do que o adotado em dezembro de 2020.
Nunca um processo de impeachment foi iniciado tão perto do final do mandato do presidente em questão. O que também aconteceria em uma atmosfera particularmente pesada. O Pentágono autorizou o envio de 15 mil soldados para a capital federal para a cerimônia de posse, de que Donald Trump planeja não participar, em um gesto final de desafio.
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