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OMS alerta para forte disseminação de variante britânica do coronavírus

20/01/2021 09h27

A variante britânica do coronavírus continua a se disseminar ao redor do mundo, tendo atigindo pelo menos 60 países e territórios, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS), nesta quarta-feira (20). Os números divulgados pela entidade mostram a rapidez com que a Covid-19 se espalha com a nova cepa. Outras variantes do vírus estão sendo investigadas pela instituição.

A variante britânica, muito mais contagiosa do que o vírus SARS-CoV-2 original, só estava presente em 50 países até o dia 12 de janeiro. A dispersão do vírus preocupa muitos países, que chegaram a fechar fronteiras na tentativa de evitar as contaminações.

O alerta da OMS lança uma perspectiva sombria, no dia da posse do presidente dos EUA, Joe Biden, que nesta terça-feira (19) homenageou os 400.000 americanos mortos pela Covid-19. "Para remediar, devemos lembrar. Às vezes é difícil lembrar, mas é assim que superamos", disse o democrata. "É por isso que estamos aqui hoje", acrescentou ele, diante das 400 velas acesas em homenagem às vítimas da epidemia, em frente ao Memorial Lincoln, em Washington.

Os Estados Unidos são o país com o maior número de casos até o momento - mais de 24 milhões, de acordo com a última contagem da universidade Johns Hopkins - mas também com o maior número de mortes.

O combate ao coronavírus deve ser uma das prioridades do novo governo, já afirmou Joe Biden. Entre outras medidas, ele anunciou que pretende tornar obrigatório o uso da máscara em locais e espaços públicos federais, bem como em viagens entre estados, medida que seu antecessor, Donald Trump, sempre recusou.

Variante sul-africana é mais lenta

De acordo com a OMS, a variante sul-africana do coronavírus se espalha mais lentamente, estando presente em 23 países e territórios, ou três a mais do que em 12 de janeiro, especifica a Organização Mundial da Saúde, em seu balanço epidemiológico semanal.

A OMS ainda informou que está monitorando a disseminação da variante surgida no Brasil, a P1, que apareceu no estado do Amazonas e também foi detectada no Japão em 4 pessoas vindas do Brasil.

Desde que surgiu em Wuhan, na China, em dezembro de 2019, a pandemia de Covid-19 já matou pelo menos 2.041.289 pessoas em todo o mundo, de acordo com um relatório feito pela agência AFP, na terça-feira (19). Quase 95,5 milhões de casos foram diagnosticados oficialmente e o aparecimento dessas novas variantes faz as autoridades de saúde temerem o pior.

Situação preocupa na Europa

Na Europa, Reino Unido e Portugal são os países que têm atingido recordes diários de mortes por Covid-19 desde o início da pandemia, com 1.610 e 218 mortes, respectivamente.

Com 10 milhões de habitantes, Portugal se tornou o país do mundo com o maior número de pessoas infectadas em relação à sua população.

Na Alemanha, onde quase mil mortes por coronavírus foram registradas na terça-feira, a chanceler Angela Merkel anunciou o aumento das restrições contra a Covid-19, em particular o uso de máscaras mais eficientes no transporte público e nas lojas.

Todas as medidas de contenção já existentes, como o fechamento de escolas, bares, restaurantes e espaços culturais, "valerão até 14 de fevereiro de 2021", esclareceu o chanceler. Ela também alertou, dois dias antes de um cúpula da União Europeia dedicada a discutir as variantes do vírus, que o restabelecimento dos controles nas fronteiras entre os países da UE não seria excluído, se a situação se agravasse.

O chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, advertiu, por fim, que o mundo enfrentaria um "fracasso moral catastrófico" se os países ricos monopolizassem as vacinas em detrimento dos países pobres.

(Com informações da AFP)