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Sem influência política, número de evangélicos cresce dez vezes mais desde 1950 na França

20/01/2021 09h26

O jornal católico La Croix apresenta na edição desta quarta-feira (20), um levantamento sobre os evangélicos na França. Sem a mesma representação nos Estados Unidos, esse grupo cresce "de vento em popa". Multiplicado por dez desde 1950, eles são hoje quase um milhão de pessoas. 

A reportagem de La Croix visitou principalmente os subúrbios parisienses, onde florescem essas igrejas.

A Bíblia, "totalmente fiável", segundo a Declaração de fé da Aliança Evangélica Mundial, vem em primeiro lugar. Voz de Deus, ela "é a autoridade para a vida e a fé do crente", resume o Conselho nacional dos evangélicos da Franca (Cnef). 

A conversão está no centro da fé evangélica, explica o jornal. Ou seja, uma vez convertido, a fé transformadora deve ser anunciada ao maior número possível. 

Múltiplas denominações apareceram após o "despertar" na América do Norte e Europa: batistas, assembleias, metodistas. La Croix destaca que os pentecostais e neopentecostais são as correntes de maior expansão na França, onde estão presentes há 30 anos, principalmente entre as igrejas da imigração africana.  

As denominações se multiplicam e são pouco visíveis, longe dos centros urbanos e muito instáveis. "As igrejas abrem e fecham regularmente, dificultando o estabelecimento de uma cartografia", diz a reportagem. 

Dez vezes mais evangélicos em 70 anos

Um estudo de 2017 estima que 650 mil pessoas eram praticantes regulares, número multiplicado por dez desde 1950. Outros levantamentos evocam até 800 mil fiéis em território metropolitano e outros 200 mil nos territórios ultramarinos. 

Em comparação, os muçulmanos na França são entre quatro milhões e cinco milhões, enquanto 30 milhões de franceses se dizem católicos. 

As igrejas evangélicas também se espalham pelas redes sociais. São mais de 2.200 igrejas registradas e, a cada ano, 35 novos estabelecimentos são criados, tornando o fenômeno cada vez mais visível, principalmente nos arredores de Paris, onde  o La Croix concentrou suas investigações. 

O jornal constatou que mais que uma "hipotética influência política", como em certos países do continente americano, as igrejas evangélicas na França se destacam principalmente pelo impacto social, com pouca divulgação, de solidariedade entre os fiéis originários de imigrações recentes.