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Aos 22 anos, a poeta Amanda Gorman recita sobre perseverança e brilha na posse de Biden

21/01/2021 11h50

Em meio a tantos artistas que brilharam na posse de Joe Biden, como Lady Gaga e Jennifer Lopez, uma jovem quase desconhecida entrou para a história: Amanda Gorman, 22 anos, que seguindo uma tradição, leu uma poesia para marcar a ocasião.

Gorman recitou um texto ela finalizou no dia da invasão do Capitólio, no dia 6 de janeiro, que ela batizou de "The Hill We Climb" (A Colina que escalamos), em referência justamente ao local da turbulência incitada pelo ex-presidente Donald Trump.

Segundo a imprensa americana, seu nome foi sugerido aos organizadores da cerimônia por Jill Biden, mulher do presidente, que havia visto a poeta em uma leitura. A encomenda de uma ode a uma América unida foi feita em dezembro, para que fosse um eco ao discurso de posse do democrata.

A jovem poeta tinha pela frente o desafio de falar de esperança, união e propósito diante de um país fraturado e dividido.

Depois de saudar o presidente, a vice Kamala Harris e seus cônjuges, ela iniciou sua apresentação, falando de perdas, mas de perseverança. "Enfrentamos o ventre da besta, aprendemos que a quietude nem sempre é paz", declarou.

Com expressividade, mãos suaves gesticulando com firmeza e olhar objetivo, ela passou o recado com brilho e entrou para a história americana, ao lado de outros grandes poetas que discursaram antes dela, como Robert Frost, em 1961, que recitou na posse de John F. Kennedy, e Maya Angelou, em 2010, na de Barack Obama.

Talento precoce e engajado

Amanda Gorman nasceu no dia 7 de março de 1998, em Los Angeles. A paixão pela poesia chegou cedo e ela logo se destacou como um talento precoce para as letras. Assim como Biden, Gorman também lutou com problemas de gagueira, e escrever foi uma de suas terapias.

Aos 16 anos ganhou um prêmio de poesia em Los Angeles. Enquanto estudava sociologia em Harvard, foi escolhida como National Youth Poet Laureate, um prêmio nacional inédito de jovem poeta.

Seu trabalho se destaca pela luta contra a opressão, feminismo, raça e marginalização, além de falar sobre a diáspora africana.

No dia da posse, elegante em um casaco amarelo, ela mesma se descreveu como uma jovem negra magricela, descendente de escravos, criada por uma mãe solteira e que se via, de repente, recitando diante de um presidente.