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Portugal fecha escolas com avanço da variante britânica do coronavírus entre jovens

21/01/2021 13h58

O primeiro-ministro português, Antonio Costa, anunciou o fechamento de creches, escolas e universidades a partir desta sexta-feira (21) em Portugal, durante 15 dias, devido ao aumento galopante de novos casos do coronavírus.

Adriana Moysés, enviada especial a Lisboa

Portugal enfrenta mais do que uma terceira onda da epidemia. Está diante de um tsunami de novos casos do coronavírus, advertem  diretores de hospitais das regiões de Lisboa e do Vale do Tejo, as mais afetadas pela alta das hospitalizações. O país registrou 13.544 casos positivos da Covid-19 nas últimas 24 horas e 221 mortes. Projeções apontam para 7 mil mortes adicionais até o final de fevereiro.

A explosão das infecções se deve à variante britânica do vírus Sars-CoV-2, que já é responsável por 20% dos casos surgidos nos últimos dias, o que equivale a 30 mil casos, e deve chegar a 60% do total no território em três semanas, de acordo com um estudo do Instituto Ricardo Jorge. Para Carlos Sousa, especialista em biologia molecular e autor do estudo, a variante britânica produz cargas virais 30 a 40 vezes superiores ao da cepa que circulava anteriormente

Os diretores de escolas e pediatras queriam manter as classes abaixo do sétimo ano abertas, para não prejudicar as crianças nessa faixa etária crucial de seu desenvolvimento, mas cada vez mais adolescentes e adultos jovens chegam aos hospitais portugueses com a forma grave da Covid-19, mesmo sem apresentar comorbidades.

Na faixa de 10 a 19 anos, em 1° de janeiro, havia 15,5 mil contaminados, número que saltou para 24 mil em 20 de janeiro. Alta semelhante envolve os jovens com idades até 24 anos, que passaram nesse mesmo período de 35 mil para 44 mil infectados. Atualmente, cerca de 30% dos doentes hospitalizados com o coronavírus têm menos de 60 anos. Os octagenários representam apenas 4% das hospitalizações em UTI.

Alimentação assegurada

Diante do avanço rápido da terceira onda, o governo português optou pelo fechamento das escolas nas próximas duas semanas. Os estabelecimentos permanecerão abertos para o acolhimento de crianças com menos de 12 anos cujos pais têm de trabalhar, como profissionais do sistema de saúde, entre outros. A alimentação de crianças de famílias carentes será assegurada pelos serviços de assistência social.

Além das escolas, as igrejas também suspendem as missas a partir de sábado (23). Mas o país manteve o primeiro turno da eleição presidencial de domingo (24). Para reduzir a concentração de eleitores num único dia de votação, a Comissão Nacional Eleitoral adotou o voto antecipado. No domingo passado, eleitores que se inscreveram para votar em mobilidade, ou seja, distante de seus locais habituais de residência, depositaram seus votos nas urnas antecipadamente.