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Alemães esgotam em poucas horas o estoque de testes anticovid em hipermercados

06/03/2021 11h17

Os alemães correram para os supermercados da rede Aldi no sábado para comprar os primeiros testes antigênicos anticovid disponíveis comercialmente contra o coronavírus, cujos estoques acabaram em poucas horas. A rede rival Lidl, por sua vez, viu seu site completamente saturado depois de começar a vender online kits de teste domésticos para detectar a presença do coronavírus.

"Queremos garantir a todos que saíram de mãos vazias que novos estoques são esperados nos próximos dias", disse um porta-voz da Aldi ao jornal alemão Bild.

O governo alemão conta com a prática massiva de testes antigênicos para levar a cabo sua estratégia de flexibilizar gradativamente as restrições anticovid, diante do crescente descontentamento público, enquanto o ritmo de vacinação continua lento no país.

 A partir de segunda-feira (8), todos os alemães terão direito a um teste de antígeno gratuito por semana, realizado por profissionais em farmácias ou centros médicos de teste aprovados.

Vários fabricantes também receberam luz verde para kits de teste doméstico.

Mais liberdade para a população

O objetivo é dar mais liberdade à população, após meses de restrições, mas especialistas destacam que os testes rápidos são menos confiáveis ??do que os testes de PCR e que as medidas de proteção devem ser mantidas mesmo que o teste seja negativo.

A rede de hipermercados Aldi limita a venda a um pacote de cinco testes por pessoa, ao custo de € 24,99. O teste é realizado pelo nariz e o resultado aparece em 15 minutos. A Lidl também oferece pacotes de cinco testes por € 21,99. Os testes estarão à venda nas principais farmácias e outros estabelecimentos de todo o país nos próximos dias.

O ministro da Saúde, Jens Spahn, criticado pela lentidão da campanha de vacinação, prometeu que haveria testes antigênicos em quantidade "mais do que suficiente" para todos, incluindo 50 milhões de testes gratuitos por mês. Mas alguns alemães questionam se as autoridades locais estão prontas para atender a enorme demanda.

Manuela Schwesig, social-democrata que governa  a região de Mecklenburg-Vorpommern (norte), disse que os supermercados estão mais bem preparados do que o governo federal. "Não entendo por que os testes rápidos já são vendidos por redes de descontos, mas ainda precisam ser encomendados para creches e escolas", disse ela.

A chanceler alemã, Angela Merkel, concordou na noite de quarta-feira com uma flexibilização gradual das restrições anticovid, cedendo ao crescente descontentamento na opinião pública e dentro de seu próprio governo sete meses antes das eleições legislativas, mas os números ainda não melhoraram e até aumentaram em alguns dias .

 Neste sábado, o país registrou 9.557 novos casos de coronavírus e 300 mortes, segundo o instituto Robert Koch.