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Covid-19: temendo saturação, hospitais de Paris cancelam cirurgias

a região de Paris e seus subúrbios está "próxima de uma situação de tensão extrema", disse diretor-geral de agência de saúde francesa - iStock
a região de Paris e seus subúrbios está 'próxima de uma situação de tensão extrema', disse diretor-geral de agência de saúde francesa Imagem: iStock

08/03/2021 14h50

A Agência de Saúde (ARS) da região parisiense pediu aos hospitais a suspensão parcial das operações programadas diante do crescimento de casos graves de Covid-19, afirmou o diretor-geral da agência, Aurélien Rousseau, nesta segunda-feira (8). A taxa de ocupação dos leitos nas UTIs (unidades de terapia intensiva), em Île-de-France, onde está situada a capital francesa, é atualmente de 83,7%.

Por esta razão, a região de Paris e seus subúrbios está "próxima de uma situação de tensão extrema", declarou Rousseau à agência AFP, pedindo a anulação de 40% das intervenções médicas e cirúrgicas sem relação com a Covid-19. No ritmo atual, o nível de 1.127 leitos disponíveis estabelecido previamente deve ser superado esta semana.

"Com cerca de 70 ou 80 internações todos os dias" e poucas altas de pacientes de cuidados intensivos, "o ritmo está muito alto", acrescentou Rousseau, consequência "da altíssima incidência dos últimos 15 dias".

O funcionário incluiu os estabelecimentos privados em sua exigência de cancelamento de 40% de sua atividade ordinária, aumentando o limite de leitos disponíveis para 1.577, apesar de o governo francês ter tentado evitar, a todo custo, um novo confinamento. No domingo, foram registrados 21.825 novos casos e 130 mortes, elevando o total para 88.600.

Mobilização nacional para vacinação

Com os centros de vacinação abertos neste fim de semana, o primeiro-ministro Jean Castex pediu "uma mobilização nacional" para aumentar a porcentagem de vacinados.

Segundo dados do governo, na França - com 67 milhões de habitantes - foram aplicadas 5 milhões e meio de doses das três vacinas que receberam: Pfizer/BioNTech, Moderna e AstraZeneca.

A Alta Autoridade de Saúde francesa poderá autorizar, ainda nesta semana, o uso da vacina da Janssen, filial da Johnson & Johnson (J&J). A Agência Europeia dos Medicamentos deve se pronunciar sobre o imunizante até quinta-feira. A vacina necessita de apenas uma dose e foi aprovada pelo FDA (Agência Americana de Medicamentos).

Segundo a presidente do órgão francês, Dominique Le Guludec, a campanha está acelerando, o que é "uma boa notícia." O governo pretende vacinar 30 milhões de franceses até o final do verão no hemisfério norte.