Para ONU, Mianmar é controlada por "regime assassino e ilegal": Londres pede que britânicos deixem país
Em várias cidades de Mianmar, autoridades, enfermeiras, médicos e estudantes saíram às ruas nesta sexta-feira (12), para se juntar à campanha de desobediência civil, com três dedos no ar, em sinal de resistência. O Reino Unido pede a seus cidadãos que deixem o país. Moscou se preocupa com o número de vítimas da dura repressão dos militares ao movimento civil.
Londres vem aconselhando todos os cidadãos britânicos a deixarem Mianmar e alerta sobre a violência que assolou a antiga Birmânia desde o golpe militar de 1º de fevereiro.
A advertência segue declarações do relator especial da ONU para o Conselho de Direitos Humanos: segundo Tom Andrews, a junta militar "assassinou" pelo menos 70 pessoas e cometeu atos de tortura e perseguição que podem constituir crimes contra a humanidade.
"A Birmânia é controlada por um regime assassino e ilegal", disse Tom Andrews em Genebra. "Se queremos que a justiça seja feita, que os culpados sejam responsabilizados, que o terror acabe e os direitos humanos sejam respeitados, a comunidade internacional, todos vocês, os Estados membros da ONU, devem agir! Este regime deve saber que há um preço a pagar por esses atos ilegais - devemos exercer a pressão máxima", disse o relator.
Rússia endurece o tom contra militares birmaneses
Até a Rússia, que, como a China, tem laços estreitos com o exército birmanês, está se distanciando: o Kremlin se diz preocupado com o crescente número de vítimas civis e considera a situação "alarmante".
"Estamos preocupados com a informação vinda de lá, indicando um número crescente de vítimas entre a população civil", disse Dmitry Peskov, porta-voz da presidência russa durante sua coletiva de imprensa diária.
Ele também avaliou "a situação alarmante" no país, após a morte de nove manifestantes nos protestos.
Junta militar ataca duramente a imprensa
Nesta sexta-feira (12), cinco jornalistas, incluindo um fotógrafo da Associated Press, presos no mês passado enquanto cobriam um protesto em Yangon, foram formalmente acusados de "crimes" pelos militares.
A semana foi particularmente difícil para a imprensa local: revistas de jornais, suspensão das licenças de pelo menos cinco meios de comunicação birmaneses e detenção na sexta-feira de manhã de um jornalista polaco.
O Ministério das Relações Exteriores da Polônia confirmou na sexta-feira a prisão de um jornalista polonês, que indicou que seus diplomatas buscavam estabelecer contato com ele "com urgência".
Apesar da pressão internacional, a junta militar continua a ter como alvo a ex-chefe do governo civil, Aung San Suu Kyi, acusando-a de receber US$ 600.000 em subornos e mais de 11 quilos de ouro. Acusações que são completamente rejeitadas por seu advogado.
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