Fim de semana é marcado por protestos antimáscara e antivacina na Europa
Eles não são numerosos, mas fazem barulho. Militantes contra as restrições determinadas pelo governo para barrar a propagação do coronavírus saíram às ruas de várias capitais e cidades europeias para denunciar o que consideram uma "ditadura sanitária".
A maior parte dos protestos ocorreu em Kassel, no centro da Alemanha, onde entre 15 mil e 20 mil manifestantes ocuparam principal praça da cidade antes de realizarem uma marcha. Aglomerados e sem máscara, eles tentaram ultrapassar uma barreira de proteção erguida pela polícia e enfrentaram as forças de segurança. No local também foram registrados confrontos entre pessoas a favor e contra as medidas sanitárias.
"Estamos aqui hoje porque as medidas impostas na Alemanha não agradam mais a população", afimou Helmut, um manifestante de 69 anos.
A revolta pode ter sido em vão. As autoridades alemãs se preparam para acirrar ainda a luta contra a covid-19 na segunda-feira (22), e novas restrições deverão ser anunciadas pela chanceler Angela Merkel.
Em Londres, milhares de pessoas participaram de uma marcha contra as medidas sanitárias. A polícia anunciou ter detido 36 pessoas, a maioria por ter desrespeitado a regra que proíbe os cidadãos britânicos de saírem de suas casas sem um motivo autorizado.
Aos gritos de "liberdade", alguns participantes contestaram a ação das forças de ordem e atiraram garrafas nos policiais. Raros eram os manifestantes que usavam máscara, apesar do Reino Unido ser um dos países mais castigados pela covid-19 na Europa.
Em Amsterdã, as forças de segurança usaram jatos d'água para dispersar cerca de 500 pessoas que realizaram uma manifestação não autorizada no centro da capital holandesa. Há semanas, o país é palco de uma revolta da população que contesta a necessidade do toque de recolher noturno, imposto pelas autoridades para barrar a progressão das variantes do coronavírus.
Em Liestal, no norte da Suíça, cerca de cinco mil pessoas se reuniram no centro da cidade. Muitos exigiram o fim da imunização contra a Covid-19 e contestaram a obrigação de outras medidas. Alguns manifestantes exibiram cartazes com a mensagen: "As vacinas matam" ou "Os escravos modernos usam máscara".
Em Viena, cerca de mil manifestantes, boa parte deles de extrema direita, participaram de uma marcha contra as restrições, até a chegada da polícia. O mesmo tipo de ato foi registrado em Sofia, na Bulgária, onde 500 pessoas sem máscara reclamaram o fim das medidas sanitárias.
Contaminações aumentam na Europa
A terceira onda da covid-19 continua se acentuando na Europa. Em apenas uma semana, um aumento de 18% de novos casos foi registrado no Velho Continente.
A União Europeia anunciou neste domingo (21) que a próxima cúpula do bloco, prevista para ser realizada na quinta-feira (25) e na sexta-feira (26), será virtual. "Devido ao aumento de casos de covid-19 nos Estados-membros", o encontro dos dirigentes europeus será por videoconferência, anunciou o porta-voz do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
Enquanto isso, os governos tentam a todo custo acelerar a vacinação da população do Velho Continente. Na semana passada, alguns países resolveram interromper temporariamente a imunização com a vacina da AstraZeneca/Oxford, suspeita de provocar efeitos colaterais como coágulos e trombose nas pessoas imunizadas. Após os pareceres positivos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) sobre o produto, ele voltou a ser utilizado.
No sábado (20), a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ameaçou bloquear as exportações da vacina da AstraZeneca/Oxford se o laboratório anglo-sueco não cumprisse rapidamente as entregas previstas do produto.
Na Europa, o Reino Unido é o país mais avançado na imunização contra a covid-19. A metade dos adultos britânicos receberam ao menos uma dose da vacina, anunciou no sábado o ministro da Saúde Matt Hancock.
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