Agência Europeia de Medicamentos divulga análise sobre vacina Johnson & Johnson suspensa nos EUA
A Agência Europeia dos Medicamentos (EMA) deve fornecer nesta quarta-feira (14) aos estados membros da União Europeia as recomendações sobre a utilização da vacina contra a Covid-19 da Johnson & Johnson, suspensa nos Estados Unidos. A informação foi confirmada pelo secretário de Estado francês de Assuntos Europeus, Clément Beaune.
A vacina Janssen, da Johnson & Johnson, teve o uso suspenso nesta terça-feira (13), nos EUA, após decisão da FDA, a agência americana que regula o uso dos medicamentos no país. Seis casos graves de tromboses severas consideradas "atípicas" foram registradas em pessoas que receberam o imunizante nos Estados Unidos.
"Pedimos uma verificação comum à Agência Europeia dos Medicamentos, que se reúne hoje mesmo e nos fará eventuais recomendações", disse Clément Beaune ao canal de TV francês France 2.
O secretário de Estado francês lembrou que os casos de trombose envolviam pessoas com menos de 50 anos e que a França havia decidido, "por precaução", administrar o imunizante aos maiores de 55 anos. Ele disse "esperar" que esses problemas não atrasem a campanha de vacinação no país.
O primeiro lote de 206.400 doses da vacina da Johnson & Johnson chegou à França nesta segunda-feira (12), uma semana mais cedo do que o previsto. Outras 358.000 doses devem chegar na próxima semana. A grande vantagem do imunizante é que ele necessita de uma dose única.
A vacina usa vetores de adenovírus, que causam resfriados comuns. O material genético da proteína Spike, que o SARS-Cov-2 usa para entrar nas células, é colocado dentro do adenovírus, que transporta as moléculas. O corpo reage criando anticorpos e gerando imunidade. A vacina da Oxford/AstraZeneca utiliza a mesma tecnologia.
UE pode não renovar contrato
De acordo com uma reportagem do jornal italiano La Stampa, publicada nesta quarta-feira (14), a Comissão Europeia não renovará no próximo ano os contratos com os laboratórios AstraZeneca e Johnson & Johnson.
O jornal cita uma fonte do Ministério da Saúde italiano, que afirma que a decisão já foi tomada entre diversos dirigentes de países europeus e as empresas.
A Europa deverá privilegiar as vacinas da Pfizer e da Moderna, que utilizam a tecnologia do RNA mensageiro - que protege de formas graves, das variantes, e também evitaria a transmissão, segundo estudos recentes.
(Com informações da AFP)
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