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Covid-19: Índia bate recorde de infecções e registra 200 mil casos em 24 horas

15/04/2021 07h30

A Índia registrou o recorde de 200.000 novos casos de Covid-19 nas últimas 24 horas, de acordo com dados oficiais publicados nesta quinta-feira (15), no momento em que o país de 1,3 bilhão de habitantes enfrenta uma grande segunda onda de contágios.
 

O número de casos diários mais que dobrou desde o início de abril. A Índia, que já registrou mais de 14,1 milhões de casos, também contabilizou 1.038 mortes en 24 horas, o que eleva a 175.000 o total de óbitos desde o início da pandemia, segundo os números do ministério da Saúde.

O país se tornou na segunda-feira o segundo país mais afetado pela Covid-19 em número de casos, superando o Brasil.

Os especialistas culpam as festas religiosas, os comícios políticos e os locais públicos lotados. Na quarta-feira, o governo adiou os exames escolares previstos para maio e junho para os estudantes com idades entre 15 e 18 anos.

A nova onda de contágios de Covid-19 na Índia provocou restrições e/ou bloqueios parciais em muitos estados e territórios gravemente afetados. Maharashtra, principal foco de contaminação, decretou um lockdown nos fins de semana e um toque de recolher noturno.

Mas o estado - onde fica Mumbai, capital econômica do país - advertiu que um lockdown total pode ser instaurado nos próximos dias caso o número de contágios permaneça em alta.

Vacinação

A Índia autorizou nesta terça-feira (13) uso da vacina russa Sputnik V contra a Covid-19, anunciou um importante fabricante local de medicamentos, o que permitirá acelerar a campanha de vacinação no momento em que o país registra um grande aumento de contágios.

"Estamos muito felizes de ter obtido a autorização do uso de emergência para a Sputnik V na Índia", afirmou em um comunicado G.V. Prasad, copresidente e diretor-gerente da farmacêutica indiana Dr. Reddy's.

"Com o aumento de casos na Índia, a vacinação é a ferramenta mais eficaz em nossa batalha contra a Covid-19", completou Prasad. A Sputnik V é a terceira vacina aprovada pela Índia, depois do fármaco desenvolvido por Oxford e AstraZeneca e da Covaxin, da empresa indiana Bharat Biotech.

O chefe executivo do Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF, na sigla em inglês), Kirill Dmitriev, disse em um comunicado que a aprovação é um "marco" após a "ampla cooperação" em testes clínicos da vacina.

Dmitriev acrescentou em coletiva de imprensa em Moscou que espera que 50 milhões de doses sejam fabricadas na Índia "até o fim do verão"."Nós pensamos que é uma vacina russo-indiana, pois grande parte da produção será feita na Índia", acrescentou.

Segundo os acordos de produção assinados pelo RDIF, o fabricante indiano produzirá 852 milhões de doses da Sputnik V.

As autoridades de Mumbai anunciaram na segunda que nas próximas seis semanas serão construídos três hospitais de campanha.

Em Nova Délhi, o número de leitos para pacientes de Covid-19 aumentará, enquanto em 14 grandes hospitais instalações serão adaptadas para o tratamento de infectados com o coronavírus.

Segundo o ministro chefe da capital indiana, 65% dos novos pacientes têm menos de 45 anos.

 A Índia, principal fabricante de vacinas do mundo, iniciou a campanha de vacinação em meados de janeiro e até o momento aplicou 108 milhões de doses do imunizante.

(Com informações da AFP)