Covid-19: Índia registra novo recorde de casos e é novo epicentro da epidemia
A índia registrou nas últimas 24 horas 376.786 novos casos de Covid-19. Os dados foram publicados neste sábado (24) pelo governo, batendo o recorde mundial diário de infecções.
O país vive a segunda onda epidêmica e os hospitais indianos, que recebem pouco financiamento público, buscam reforçar o estoque de oxigênio. Uma pessoa morre a cada quatro minutos vítima da epidemia na região de Nova Déli, onde fica a capital econômica do país.
O governo enviou aviões militares e trens para encaminhar o produto para várias partes do país. Imagens divulgadas em vários canais de TV mostram caminhões chegando ao hospital de Batra, na capital. O estabelecimento havia enviado mensagens alertando para a disponibilidade de apenas 90 minutos de oxigênio hospitalar para seus 260 pacientes.
"Por favor, precisamos de ajuda para ter oxigênio. Senão haverá uma tragédia aqui", disse o ministro encarregado da administração de Nova Déli, Arvind Kejriwal ao primeiro-ministro Narendra Modi, durante uma coletiva de imprensa.
A crise também é palpável em outras partes dos país, onde diversos hospitais alertaram para o estoque insuficiente de oxigênio hospitalar. Por isso, de acordo com a imprensa local, várias pessoas morreram recentemente nas cidades de Jaipur e Amristar, no noroeste do país.
Novo epicentro
A Índia ultrapassou nesta terça-feira (20) o recorde mundial de contaminações cotidianas, que tinha sido registrado nos Estados Unidos, com 297.430 casos detectados. O país se torna, dessa maneira, o novo epicentro da epidemia. O número de mortes diárias no país também explodiu, com 2.624 óbitos suplementares. O balanço total, desde o início da crise sanitária, é de 189.544 mortes.
O governo indiano havia estimado ter vencido a batalha contra o vírus em fevereiro, quando o número de contaminações se estabilizou. Especialistas em saúde pública estimam que o país flexibilizou cedo demais as medidas de prevenção durante o inverno, quando o número de novos casos detectados era de cerca de 10.000 diários.
Mas a aparição de uma cepa mais perigosa e contagiosa é tida como a principal razão da explosão do número de infecções. "Mesmo se houve um relaxamento no uso da máscara ou das medidas de distanciamento, é possível que a segunda onda tenha sido originada com a difusão de uma nova cepa, mais virulenta", disse Vikram Patel, professor da Faculdade de Medicina de Harvard.
O chefe do programa de intervenção de emergência da Organização Mundial de Saúde, Mike Ryan, declarou "que seria difícil" diminuir a taxa de transmissão do vírus na Índia, mas o governo faria tudo para evitar os movimentos entre populações, o que para ele era essencial.
Alemanha classifica país como "zona de risco"
Neste sábado (24), a Alemanha classificou a Índia como uma área de alto risco a partir deste domingo (25), de acordo com o ministro alemão da Saúde, Jens Spahn. A França também criou um protocolo rigoroso para os viajantes que vivem no país e chegarem ao aeroporto de Roissy.
(Com informações da AFP)
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