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Países do G7 querem mecanismo rápido para conter "propaganda de desinformação" russa

02/05/2021 16h24

Os países do G7 devem considerar uma proposta com o objetivo de implementar um mecanismo de reação rápida para conter a "propaganda" e a desinformação russa, disse o chanceler britânico, Dominic Raab. Os ministros das Relações Exteriores dos sete países mais ricos do mundo se reunirão presencialmente pela primeira vez desde o início da pandemia no início desta semana em Londres.

"Quando vemos mentiras, propaganda ou notícias falsas sendo espalhadas, não podemos apenas agir individualmente, mas precisamos nos unir para refutar essas informações e restaurar a verdade, para os habitantes destes países, mas também na Rússia, na China ou em todo o mundo", disse o chanceler britânico Dominic Raab.

De acordo com autoridades de segurança do Reino Unido, dos Estados Unidos e da União Europeia, a Rússia e a China estão tentando criar problemas no Ocidente, espalhando notícias falsas na época das eleições ou espalhando mentiras sobre as vacinas contra a Covid-19.

A Rússia nega qualquer interferência além de suas fronteiras e acusa o Ocidente de histeria hostil contra ela. A China, por sua vez, acusa o Ocidente de um comportamento colonialista que lhes dá a impressão de poder agir como uma espécie de "policial do mundo".

"É hora de questionar as razões pelas quais países profundamente problemáticos com propaganda e que a usaram mais de uma vez para justificar intervenções armadas ou derrubadas de governos acusam nosso país de seus próprios males", disse Maria Zakharova, porta-voz do o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, nas redes sociais.

"Ameaça" russa e chinesa

A Grã-Bretanha vê a Rússia como a maior ameaça à segurança e a China como um desafio militar, econômico e tecnológico de longo prazo. Nos últimos meses, autoridades britânicas e norte-americanas expressaram preocupação com a crescente cooperação estratégica entre a Rússia, o maior país do mundo em termos territoriais, e a China, cuja economia é a que mais cresce no planeta.

"O que mais importa para nós é expandir o grupo de países com ideias semelhantes que defendem sociedades abertas, direitos humanos e democracia, que defendem o comércio aberto", disse Dominic Raab. Segundo ele, muitos desses aliados querem "saber como começou essa pandemia".

A pandemia de coronavírus, que começou na China em 2019, matou 3,2 milhões de pessoas em todo o mundo e custou trilhões de dólares. Dominic Raab defende uma reaproximação entre o G7 e outros países com ideias semelhantes, a fim de criar uma rede maior de aliados em favor de uma economia aberta e um sistema político "democrático".

O G7, que inclui Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá, tem um produto interno bruto combinado de cerca de US$ 40 trilhões, ou um pouco menos da metade da economia mundial.

Para o chefe da diplomacia britânica, as ações da Rússia são uma ameaça e os ataques cibernéticos da Rússia, China e Irã devem ser combatidos de forma conjunta no mundo inteiro.

(Com AFP)