Escalada de violência entre Israel e Gaza; Conselho de Segurança da ONU não chega a acordo sobre declaração
Pelo menos 22 pessoas, incluindo nove crianças e um comandante do grupo palestino Hamas, morreram na última noite em ataques aéreos do Exército de Israel contra Gaza, em resposta a uma série de foguetes lançados pelo Hamas e outros militantes palestinos. Em reunião a portas fechadas, o Conselho de Segurança da ONU não chegou a uma posição comum para uma declaração.
Com informações da AFP e dos correspondentes da RFI em Israel e nos EUA
O Exército israelense afirmou que 150 foguetes foram lançados de Gaza, dezenas dos quais foram interceptados pelo escudo antimísseis Cúpula de Ferro. O Hamas informou ter lançado mais de 100 foguetes contra Israel "em resposta a seus crimes e à agressão contra a Cidade Sagrada", após confrontos violentos entre palestinos e a polícia israelense, principalmente na Esplanada das Mesquitas, localizada na Cidade Velha de Jerusalém.
O Conselho de Segurança se reuniu ontem, por iniciativa da Tunísia. Túnis, Oslo e Pequim apresentaram um projeto de declaração pedindo a redução da escalada, que Israel cesse a expansão de assentamentos, as demolições e expulsões de palestinos, inclusive em Jerusalém Oriental, e expressando "grave preocupação" com o aumento das tensões e violência nos territórios ocupados na Cisjordânia.
Os diplomatas exortaram todas as partes a se absterem de tomar medidas unilaterais que exacerbem as tensões e minem a viabilidade da solução de dois Estados, para evitar provocações e continuar a respeitar o status quo nos lugares sagrados.
Mas os Estados Unidos disseram aos outros quatorze membros que estavam trabalhando nos bastidores para apaziguar a situação e que temiam que uma declaração seria contra produtiva. Isso impediu o Conselho de chegar a um acordo.
Netanyahu elogia ações militares
Em meio aos apelos internacionais por calma, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, elogiou hoje a "firmeza" das forças de segurança para garantir "a estabilidade" em Jerusalém.
Netanyahu advertiu que o Hamas cruzou uma "linha vermelha" ao disparar projéteis contra o território israelense, e que "Israel irá reagir com força. Quem atacar pagará um preço alto." À noite, Netanyahu conversou com os chefes do serviço secreto e das Forças Armadas.
"Responsabilizamos o Hamas por esses ataques", declarou Jonathan Conricus, porta-voz do Exército israelense. "Começamos a atacar posições do Hamas", anunciou, confirmando que o Exército estabeleceu como alvo um comandante do Hamas no norte da Faixa de Gaza. Mais tarde, as Forças Armadas informaram terem atacado outros membros do movimento islamita, e que multiplicaram os bombardeios contra o enclave.
As Brigadas Al-Qasam, braço armado do Hamas, anunciaram que estão lançando "foguetes contra o inimigo na Jerusalém ocupada em resposta a seus crimes e à sua agressão à Cidade Sagrada. Esta é uma mensagem que o inimigo tem de entender: se atacarem, responderemos. Se aumentam a intensidade, iremos revidar."
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