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Conflito entre Exército e jihadistas na Nigéria já matou 324 mil crianças, segundo a ONU

24/06/2021 12h47

O conflito de 12 anos entre o Exército nigeriano e grupos jihadistas no nordeste da Nigéria causou a morte direta ou indireta de cerca de 350.000 pessoas, incluindo 324.000 crianças. Os dados foram levantados pelas Nações Unidas, que publicou nesta quinta-feira (24) um estudo sobre o país africano.

O informe "Estudo das Consequências do Conflito para o Desenvolvimento no noroeste de Nigéria" sublinha uma realidade atroz: "Estimamos que 90% das vítimas deste conflito (...) são crianças com menos de 5 anos".

De acordo com dados regularmente apresentados por instituições internacionais, mais de 40.000 pessoas morreram em confrontos durante os 12 anos deste conflito sangrento e mais de dois milhões de habitantes da Nigéria foram forçados a abandonar suas casas.

A insegurança, uma ameaça permanente à segurança alimentar e as péssimas condições econômicas e de saúde nos campos criados para pessoas deslocadas, sem infraestrutura básica como água encanada e assistência médica, podem causar mais de 1,1 milhão de mortes adicionais nos próximos dez anos, adverte o relatório.

A ONU estima que 13,1 milhões de pessoas vivam no nordeste da Nigéria em áreas afetadas por conflitos (estados de Borno, Adamawa e Yobe), das quais 5,3 milhões sofrem com a falta de alimentos e precisam de ajuda para sobreviver.

O presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, chegou ao poder em 2015, com a promessa de acabar com a rebelião do Boko Haram, uma antiga seita islâmica que se transformou em um violento movimento jihadista. Seis anos mais tarde, o ex-general é criticado por sua gestão da segurança neste país de 200 milhões de habitantes.

O grupo Estado Islâmico na África Ocidental (Iswap, na sigla em inglês), que se separou do Boko Haram em 2016, agora controla grandes extensões de território em torno da região do Lago Chade. Nessa área, a população vive sob o controle dos jihadistas, sem acesso aos serviços públicos ou às agências humanitárias internacionais.

Com informações da AFP