Kim Jong-un demite funcionários após "incidente" no combate à covid-19
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, demitiu vários altos funcionários devido a um "grave incidente" no combate contra a pandemia de covid-19. O anúncio foi feito pela agência oficial KCNA hoje.
Os funcionários em questão "causaram um grave incidente que representa uma enorme crise para a segurança da nação e de seu povo", declarou Kim durante uma reunião, citado pela KCNA, que não forneceu mais detalhes sobre o caso. Até agora, o regime norte-coreano tem garantido que a pandemia da covid-19 não atingiu seu território.
Pyongyang nunca divulgou nenhum caso de covid-19 nem comunicou dados à OMS (Organização Mundial da Saúde). Mas a informação publicada pela KCNA mostra que o país registrou contaminações, afirma Ahn Chan-il, um refugiado norte-coreano que se tornou pesquisador no Instituto Mundial de estudos Norte-coreanos, baseado em Seul.
De acordo com a KCNA, Kim Jong-un acusou os funcionários de "negligência", que originaram um incidente "crucial", gerando uma crise com "consequências graves para a segurança do Estado e da população."
Kim Jong-un decidiu fechar as fronteiras em janeiro de 2020 para evitar a propagação do novo coronavírus surgido na China, um país vizinho. O sistema de saúde do país é precário e como as informações são filtradas, é difícil saber quais são os efeitos reais da pandemia no país.
A Coreia do Norte é submetida a sanções internacionais por causa de seu programa nuclear, o que a torna mais isolada do que nunca. O comércio com a China foi drasticamente reduzido e trabalhadores de ajuda humanitária deixaram o país. Kim Jong-un reconheceu recentemente que a Coreia do Norte enfrenta uma "situação alimentar tensa".
Líder abatido
Na segunda-feira (28), a televisão estatal norte-coreana transmitiu um comentário de um cidadão sobre o estado "abatido" de Kim Jong-un. No país, falar em público sobre a saúde e a vida pessoal do líder sempre foi proibido. Conhecido por ser um fumante inveterado, Kim Jong-un sofria de obesidade, e seu peso parecia aumentar de forma constante nos últimos anos.
Nas últimas imagens divulgadas pela agência oficial de notícias de Pyongyang e pela televisão estatal, ele parece mais magro. A vida pessoal de Kim é um tabu para a mídia estatal da Coreia do Norte, mas a KCTV divulgou na semana passada o vídeo de um morador não identificado da capital, afirmando que todos no país estavam "arrasados" com seu "estado abatido". "Ver nosso respeitado secretário-geral com um aspecto abatido é o que mais parte o coração do nosso povo", disse ele.
Analistas afirmam que Pyongyang está usando a aparência de Kim como uma forma de glorificá-lo, apresentando-o como um líder "dedicado e trabalhador", enquanto o país luta para enfrentar a crise alimentar.
As especulações sobre a saúde de Kim surgiram no ano passado, devido à sua ausência na comemoração do aniversário de seu falecido avô e por não aparecer em público por cerca de 20 dias. O pai de Kim, Kim Jong-il, e seu avô, Kim Il-sung, também eram obesos e grandes fumantes. Ambos morreram de ataque cardíaco.
Com informações da AFP
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