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Rússia atrasa entrega de Sputnik V na Bolívia e governo cogita combinar vacinas de vários laboratórios

28/07/2021 17h30

A Bolívia anunciou nesta quarta-feira (28) que analisa combinar vacinas contra a Covid-19 vindas de diferentes laboratórios diante da demora da Rússia na entrega das segundas doses do seu imunizante, Sputnik V. Segundo La Paz, as autoridades russas estariam dando prioridade para sua própria população.

A chancelaria boliviana já havia informado na semana passada que havia atrasos de parte da Rússia para a entrega de cerca de 200 mil segundas doses de sua vacina. O ministério argumentou que o governo de Vladimir Putin prioriza imunizar sua população, que registra um aumento de casos de Covid-19 atualmente.

Diante da situação, as autoridades bolivianas informaram que estão à "espera dos resultados" dos mais recentes estudos "para analisar e assumir uma posição sobre uma combinação de vacinas anticovid", disse a vice-ministra do Ministério da Saúde, Alejandra Hidalgo. Ela detalhou que estão sendo organizadas reuniões com institutos científicos espanhóis, que avaliam a combinação da vacina fabricada pela AstraZeneca com sociedade americana/alemã Pfizer/BioNTech.

Além da vacina Sputnik V, desenvolvida pelo laboratório russo Gamaleya, a Bolívia tem usado em suas campanhas de imunização doses da AstraZeneca e da Pfizer/BioNTech, assim como do laboratório chinês Sinopharm e do americano Johnson & Johnson.

La Paz e Moscou assinaram no fim de 2020 um convênio para a compra de 5,2 milhões de vacinas para sua entrega em diferentes lotes até meados de 2021. Um recente informe do Ministério da Economia destaca que a Bolívia já tinha obtido 700.000 destas doses.

Protestos nas ruas

Enquanto isso, em várias cidades da Bolívia, manifestações foram organizadas para pedir as segundas doses da vacina Sputnik V. Algumas ruas e avenidas foram bloqueadas esporadicamente nos arredores dos centros de vacinação.

O governo boliviano, por sua vez, assegura que a Rússia informou que é possível administrar a segunda dose da vacina até 180 dias depois da primeira e que as negociações continuam para adquirir os imunizantes que faltam.

A Bolívia, com 11,5 milhões de habitantes, acumula mais de 470.000 contágios e mais de 17.700 mortes pela Covid-19. Sua campanha de vacinação de maiores de 18 anos atingiu 2,8 milhões com a primeira dose e 1,4 milhão com a segunda.

(Com informações da AFP)