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Dezenas de pessoas morreram ou estão desaparecidas em enchentes no Afeganistão

29/07/2021 11h55

Pelo menos 40 pessoas morreram, muitas ficaram feridas e 150 estão desaparecidas nas fortes enchentes que atingiram a província do Nuristão, no nordeste do Afeganistão, informaram as autoridades locais nesta quinta-feira (29).

"Cerca de 40 pessoas morreram na noite passada em enchentes" no distrito de Kamdesh, localizado a cerca de 200 quilômetros ao nordeste da capital Cabul, onde uma operação de resgate está em andamento, afirmou Saeedullah Nuristani, chefe do Conselho Provincial. "Cerca de 150 pessoas ainda estão desaparecidas e quase 80 casas foram destruídas", acrescentou.

As inundações varreram bairros residenciais, criações de gado, terras agrícolas e pomares. A água também demoliu grande parte de uma estrada distrital em Kamdesh, na fronteira com o Paquistão, resultando no fechamento da via.

O porta-voz do governo do Nuristão, Saeed Momand, por sua vez, contabiliza mais de 60 mortos nas enchentes provocadas pelas chuvas torrenciais no país. E os números ainda podem aumentar, pois o local mais afetado é de difícil acesso e as buscas ainda estão em andamento.

Desastres naturais frequentes

Esses desastres são comuns no Afeganistão, especialmente em áreas rurais pobres, onde as casas são frequentemente frágeis e construídas em áreas de risco. Esses eventos climáticos fazem dezenas de vítimas todos os anos no país.

Em agosto de 2020, uma forte enchente matou mais de cem pessoas na cidade de Charikar, capital da província de Parwan, a cerca de 60 quilômetros ao norte de Cabul.

Os resgates, especialmente em áreas isoladas, assim como a entrega de ajuda humanitária após esses desastres naturais, são dificultados pela falta de equipamentos adequados e de infraestrutura neste país empobrecido por 40 anos de guerra.

A enchente avança, enquanto o governo e o exército do Afeganistão concentram seus esforços na luta para conter uma ofensiva do Talibã, grupo insurgente que domina grandes áreas rurais do país há três meses.

O país ainda enfrenta uma terceira onda de Covid-19, e tem um sistema de saúde extremamente precário, apesar do apoio de doadores internacionais.

(Com informações da AFP)