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Países da Europa enviam aviões para ajudar a conter incêndios florestais na Turquia

Bombeiros e voluntários tentam extinguir um incêndio florestal perto de Marmaris, na Turquia - EUTERS/Umit Bektas
Bombeiros e voluntários tentam extinguir um incêndio florestal perto de Marmaris, na Turquia Imagem: EUTERS/Umit Bektas

02/08/2021 14h23Atualizada em 02/08/2021 15h05

Há seis dias o sudoeste da Turquia enfrenta dezenas de incêndios simultâneos que já mataram pelo menos oito pessoas e obrigaram turistas e moradores a deixarem a região às pressas. A União Europeia (EU) enviou aviões para lutar contra o fogo. O presidente Recep Tayyip Erdogan vem sendo criticado por sua gestão da crise.

Mobilizados no âmbito do Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia, dois aviões Canadair da Espanha e um da Croácia foram enviados nesta segunda-feira (2) para ajudar as autoridades turcas. "A UE é totalmente solidária com a Turquia neste período muito difícil. (...) Nossos pensamentos estão com o povo turco, que perdeu entes queridos, e com os bravos socorristas que fazem seu melhor para combater os incêndios mortais", declarou o comissário europeu para a Gestão de Crises, Janez Lenarcic.

Dos 130 incêndios que eclodiram em todo país, sete ainda estão ativos, informou nesta segunda-feira a Direção de Florestas, um órgão público turco. "Enfrentamos dias com temperaturas acima de 40 graus e ventos muitos violentos", explicou o ministro turco da Agricultura, Bekir Pakdemirli, durante uma coletiva de imprensa em Milas, um das cidades mais atingidas pelo fogo.

Diante do avanço das chamas que ameaçam as cidades de Antalya, Bodrum e Marmaris (sudoeste), centenas de turistas e moradores foram retirados às pressas de suas casas e hotéis no domingo (1°). Com a impossibilidade de usar as estradas, mais de mil pessoas tiveram de ser evacuadas de barco, informou o prefeito de Bodrum, Ahmet Aras.

Em várias das cidades afetadas, voluntários estão se organizando para ajudar os mais de 4.000 bombeiros mobilizados no local. Em Marmaris, os voluntários são responsáveis pela coleta e pela distribuição de alimentos e de água, além de cremes antiqueimadura e roupas antifogo. Outros estão diretamente envolvidos nos esforços para controlar as chamas.

A Turquia sofre os piores incêndios em pelo menos uma década, com cerca de 95.000 hectares queimados este ano, contra uma média de 13.516 no mesmo período entre 2008 e 2020, de acordo com dados oficiais.

Erdogan criticado

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan vem sendo muito criticado por sua gestão da crise. Apesar de ser um problema que se agrava em um país que tem um terço de seu território coberto por florestas, a Turquia não possui aviões de combate a incêndios.

O principal partido da oposição, o CHP (Partido Republicano do Povo, social-democrata), acusou o presidente turco de ter desmantelado a infraestrutura de uma organização semipública que contava com este tipo de aeronave.

Antes do anúncio da ajuda da UE, a Turquia já estava usando aviões de Rússia, Ucrânia, Azerbaijão e Irã para tentar conter as chamas.

Incêndios na Grécia

A vizinha Grécia também sofre com o fogo. Dois grandes incêndios devastam a ilha de Rodes e o noroeste da península do Peloponeso.

A onda de calor que atinge o território grego torna ainda mais difícil o trabalho das autoridades nesta região, onde a vegetação está seca. O termômetro se aproxima dos 45°.

O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, afirma que esta é a pior onda de calor que seu país enfrenta em mais de três décadas.

*Com informações da AFP