Maduro viaja para cúpula no México e se expõe a ser preso por ordem dos EUA
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, viajou ao México para participar hoje da reunião de cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), e se expõe, assim, a ser detido por ordem dos Estados Unidos.
Em março de 2020, o Departamento de Justiça americano acusou o presidente venezuelano de crimes como "narcoterrorismo", narcotráfico e porte de armas, entre outros, e ofereceu US$ 15 milhões de dólares pela sua captura. Desde então, Maduro — que costumava viajar para Cuba, sua aliada política, ou para países do Caribe — tem evitado deixar a Venezuela.
O anúncio da sua viagem foi feito pela diplomacia mexicana, que recebeu o líder no aeroporto. Maduro celebrou a chegada pelo Twitter.
"Aterrissamos no México! Nós viemos trazer a verdade da Venezuela, de Bolívar, de Chávez e dos libertadores!", afirmou.
A viagem ao México é a primeira de caráter oficial desde que o presidente venezuelano foi acusado pela Justiça dos Estados Unidos. A confirmação da participação de Maduro na Celac aconteceu a poucas horas da reunião entre os chefes de Estado e de governo, chanceleres e enviados dos 33 países que compõem o órgão.
Relações reaquecidas
O encontro será realizado no Palácio Nacional, na manhã de hoje, e aberto pelo presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador. As relações entre os anfitriões e a Venezuela se reaqueceram após a chegada ao poder do presidente de esquerda Andrés Manuel López Obrador.
Os dois líderes defendem o reforço da Celac para contrabalancear a OEA (Organização dos Estados Americanos), que veem como um instrumento dos Estados Unidos na América Latina.
O Brasil se retirou da Celac em março do ano passado, por divergências ideológicas com os integrantes, e recusou o convite mexicano para participar do evento, de qualquer forma. Entre os líderes que já estão no país para a reunião do grupo está o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel.
Presença na ONU em Nova York
Mês passado, Maduro não hesitou em prometer comparecer à Assembleia Geral da ONU, que se inicia na terça-feira (21) em Nova York. O presidente venezuelano não participa do grande encontro mundial da diplomacia desde 2018.
"Neste ano, nós vamos a Nova York, hein? O discurso na ONU (...) Nós estamos preparados, nós vamos por terra, mar ou pelos ares. Nós chegaremos", disse.
Com informações da AFP
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