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França: ex-premiê Edouard Philippe lança partido e promete apoio a Macron

09/10/2021 14h27

Quinze meses após sua saída de Matignon, o ex-primeiro ministro francês Edouard Philippe lançou seu próprio partido neste sábado (9), "Horizons" (Horizontes), para "participar da constituição de uma nova oferta política" e ampliar a base de direita de apoio ao presidente Emmanuel Macron.

"Com o Horizons, vamos definir uma estratégia para a França, é uma aventura coletiva", lançou o ex-premiê em sua cidade de Le Havre, explicando que o nome havia sido escolhido "porque é preciso ver longe". "Seu posicionamento é à frente", com "uma lógica de parceria, de aproximação", e "a linha é preferir a serenidade à febre", ele acrescentou.

E "a segunda linha clara é o apoio ao presidente da República" para que "os próximos cinco anos sejam anos úteis". Porque "muito claramente, meu objetivo em 2022 é que Emmanuel Macron seja reeleito", disse ele, enquanto alguns suspeitam que ele queira "avançar sozinho", ao mesmo tempo em que os apoiadores de Macron tentam construir uma "casa comum".

"Se for uma bandeira, estaremos atrás", garantiu, muito aplaudido, ao pedir igualdade de tratamento nesta "casa comum" com o LREM e o MoDem. Estavam presentes ao anúncio os chefes dos três grupos parlamentares da maioria na Assembleia, Christophe Castaner (LREM), Olivier Becht (Agir) e Patrick Mignola (MoDem). Cerca de 160 prefeitos, 600 funcionários eleitos locais (incluindo os prefeitos de Fontainebleau Frédéric Valletoux e de Reims Arnaud Robinet) e outros 60 parlamentares, incluindo Marie Lebec, Pierre-Yves Bournazel, Naïma Moutchou e Marie Guévenoux, também participaram da reunião.

Durante seu discurso de quase duas horas, intercalado por referências a Nicolas Sarkozy, Valéry Giscard d'Estaing e Alexandre Dumas, Edouard Philippe falou de "quatro transformações extremamente massivas e significativas" que o país terá de enfrentar - demográfica, ambiental, geopolítica e tecnológica - e defendeu "consistência e coerência" para responder a isso.

Reforma da aposentadoria

Ele também apelou a "pôr em ordem nossas contas e nas nossas ruas" e defendeu longamente sua ideia de elevar provavelmente para 65, 66 ou 67 anos a idade de início da aposentadoria. Com tantos flertes com a direita, o ex-premiê é suspeito em seu antigo partido de querer se beneficiar com a aproximação de 2022, aproveitando as hesitações sobre o nome do candidato ou a atração que Eric Zemmour poderia exercer sobre os mais à direita.

"O alicerce está funcionando e, acredite, não terminou de funcionar", disse Edouard Philippe, aludindo a uma recomposição política que continua "obviamente em andamento". E a reeleição de Emmanuel Macron "exigirá um alargamento da sua base eleitoral", defendeu.

Os estatutos do novo partido serão depositados segunda-feira (11), e serão dotados de uma carta de 20 princípios, defendendo em particular "a continuação da transformação do país, a ordem, a justiça social e o projeto europeu". Entre as questões a combater estariam "os extremismos, os inimigos do Estado laico, os partidários do decrescimento, além dos ingênuos e os populistas da imigração".

(Com informações AFP)