Cabo Verde: candidato da esquerda José Maria Neves é eleito presidente no primeiro turno
De acordo com resultados ainda não definitivos, o ex-primeiro-ministro de Cabo Verde José Maria Neves venceu as eleições presidenciais no primeiro turno neste domingo (17). "Quero ser um presidente que une, que protege e que cuida", declarou o candidato do PAICV, da esquerda tradicional no país.
Com informações das enviadas especiais da RFI a Praia, Lígia Anjos e Charlotte Idrac
Foi uma noite de festa para os militantes do Partido Africano pela Independência do Cabo Verde (PAICV). Logos após o anúncio dos resultados parciais, que apontaram 51,5% dos votos a José Maria Neves, os cidadãos saíram às ruas e buzinaços tomaram Praia, a capital do país.
Ao chegar na sede do partido, José Maria Neves foi acolhido por uma multidão. Aos 61 anos, o ex-chefe de governo de Cabo Verde alcançou maioria absoluta e se elegeu no primeiro turno. Cerca de 97% das urnas já foram apuradas, levando seu principal adversário, Carlos Veiga, a reconhecer a derrota.
Em discurso, o líder progressista reconheceu estar diante de "uma enorme responsabilidade". José Maria Neves prometeu ser o presidente de todos os cabo-verdianos e "servir ao país com imparcialidade".
A maior vitória, no entanto, foi da abstenção. No total, 51,7% dos eleitores não votaram. De acordo com a constituição caboverdiana, o presidente da República é eleito por sufrágio universal e direto pelos 398.865 cidadãos registrados em território nacional e no exterior.
Cabo Verde: exemplo da África ocidental
Nenhum dos outros seis candidatos foram páreo para José Maria Neves. Ele bateu por quase 10 pontos seu principal rival, Carlos Veiga, do Movimento pela Democracia (MPD), de centro direita, que obteve 42,6% dos votos. Ao reconhecer a derrota, Veiga felicitou o adversário e parabenizou o civismo dos caboverdianos durante a votação.
A eleição ocorreu de forma organizada e sem incidentes graves neste país que é considerado como um exemplo democrático da África ocidental. Os resultados ainda deverão ser validados pela comissão eleitoral.
O campo de governo do presidente é restrito, já que Cabo Verde obedece a uma regime semiparlamentar dividido entre o chefe de Estado, o primeiro-ministro e o parlamento. Tudo indica que o país será governado por uma coalizão, já que no último 18 de abril, o primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva obteve maioria absoluta no Parlamento (com 38 cadeiras de um total de 72), à frente do PAICV (30 cadeiras).
Desde a instauração do multipartidarismo em 1990, 15 anos após se tornar independente de Portugal, os dois partidos dividem o poder e realizam uma alternância sem conflitos.
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