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Manifestantes pró-Tibete invadem cerimônia para acender chama olímpica de Pequim-2022

19/10/2021 11h17

A chama olímpica, acesa na segunda-feira (18) em uma cerimônia perturbada por manifestantes pró-Tibete, foi entregue nesta terça-feira (19) em Atenas aos organizadores dos Jogos de Inverno de Pequim-2022, antes de viajar à China.

Ativistas dos direitos humanos criticam o evento como uma tentativa do regime chinês de "limpar sua imagem" com o esporte.

O presidente do Comitê Olímpico Grego, Spyros Kapralos, entregou a chama ao vice-presidente do comitê organizador de Pequim-2022, Yu Zaiqing, que a introduziu em uma lamparina com as cores dos Jogos de 2022, em uma cerimônia organizada no Estádio Panathinaiko.

"A chama olímpica vai viajar até a Grande Muralha e por outras regiões da China, levando com ela a luz da paz e da amizade", declarou Yu Zaiqing durante a cerimônia transmitida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).

"A China tem como ambição organizar Jogos seguros e esplêndidos", acrescentou sobre o evento, previsto para acontecer de 4 a 20 de fevereiro.

A chama olímpica deve chegar à China na quarta-feira (20) às 10h00 (23H00 de Brasília, terça-feira).

Uigures e tibetanos denunciam a China

Poucas horas após a cerimônia de hoje, ativistas contrários à celebração dos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim, principalmente uigures e tibetanos, pediram ao COI que adiasse o evento.

"Não existe nenhuma razão legítima para sediar os Jogos durante um genocídio", declarou Zumretay Arkin, responsável do Congresso Mundial Uigur, em coletiva de imprensa na capital grega.

"Com certeza haverá protestos (na China) por parte dos uigures e dos tibetanos", acrescentou Arkin, que afirmou não ter contato com sua família desde 2017.

Segundo ela, a campanha, "que busca destacar os diferentes abusos" do governo chinês, é mais forte que a de 2008 contra os Jogos de verão de Pequim, já que reúne "as comunidades uigures, as comunidades de Hong Kong, as comunidades tibetanas, mongóis do sul, chinesas e taiwanesas".

O COI está prestes a legitimar "uma das piores violações dos direitos humanos de todo o século XXI" e ir contra o espírito dos Jogos, afirmou Pema Doma, diretora de campanha da organização "Students for a Free Tibet".

A chama olímpica dos Jogos de Inverno foi acesa na segunda-feira na cidade grega de Olímpia, em uma cerimônia perturbada por alguns minutos por manifestantes que exibiram uma bandeira do Tibete e foram detidos.

"No Genocide Games" ("Sem jogos genocidas", em tradução livre), afirmava um cartaz exibido por manifestantes, que foram detidos pelos seguranças

A cerimônia teve a presença apenas de Thomas Bach, presidente do COI, da presidente da República da Grécia, Katerina Sakellaropoulou, de representantes dos comitês olímpicos grego e chinês, além de jornalistas credenciados.

(Com informações da AFP)