Topo

Covid-19: Alemanha enfrenta alta de 70% dos casos em uma semana e pode retomar restrições

22/10/2021 12h48

O número de novos casos de Covid-19 cresceu na Alemanha, o que pode conduzir o governo a adotar novas medidas restritivas com a chegada do inverno. De acordo com o instituto Robert Koch de doenças infecciosas, 19.572 contaminações foram registradas em 24 horas, 8.054 a mais do que na última sexta-feira.

A taxa de incidência de casos de Covid-19 no país, que mede o número de infecções registradas nos últimos sete dias para cada 100 mil habitantes, passou de 68,7 para 95,1 em uma semana. O dado serve de referência para decidir medidas para conter a circulação viral. Com uma taxa acima de 50, considera-se que a epidemia está fora de controle.

O aumento do número de casos acontece no momento que os dirigentes das 16 regiões do país devem debater um novo plano de luta contra a epidemia. O fim do estado de emergência está previsto para o dia 25 de novembro. Isso significa que as restrições vão expirar automaticamente nessa data, exceto se seu prolongamento for votado pelo Parlamento.

Mais de 1.500 pacientes contaminados pela Covid-19 estão internados nas unidades de terapia intensiva do país, de acordo com dados da Associação Interdisciplinar alemã para os cuidados intensivos e a Medicina de emergência, publicados nesta quinta-feira (21).

Diante do contexto sanitário desfavorável, é pouco provável que as regiões alemãs, conhecidas como "Länder", derrubem as medidas de distanciamento social, a obrigatoriedade do uso da máscara no espaço público ou um certificado de teste, vacinação, ou cura pela Covid-19 para entrar em locais fechados. O lockdown é uma medida impopular na Alemanha.

Cerca de 66% dos habitantes são vacinados - uma porcentagem superior à média da União Europeia (63,3%). Pelo menos 1,5 milhão de pessoas receberam uma terceira dose do imunizante.

Casos também sobem na França

Após dois meses de queda do número de contaminações, o número de casos voltou a subir levemente na França, com a chegada do outono. A situação, por enquanto, não preocupa os epidemiologistas e o governo, que decidiu, entretanto, manter o passaporte sanitário. "Há uma tendência a uma alta do número de casos ligados à Covid-19", resumiu o ministro francês da Saúde, Olivier Véran. "Mas não se trata de uma nova onda epidêmica, não é provável que isso aconteça", declarou. Desde o final de agosto, a epidemia registra um forte recuo na França, principalmente por conta do sucesso da campanha de vacinação, uma das mais avançadas da Europa. 

De acordo com Nicolas Méthy, um dos responsáveis da Santé Publique, a agência vigilância sanitária francesa, a alta não é surpreendente: as pessoas ficam mais em locais fechados e fecham as janelas, o que aumenta o risco de contaminações. Mas, se alta continuar, uma retomada epidêmica não está descartada, apesar da grande proporção de franceses vacinados - 67,6% receberam duas doses da vacina. O governo, entretanto, recomenda a manutenção de alguns cuidados, como o uso da máscara em locais fechados, por exemplo.