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Com chegada do frio, França aumenta vigilância sob ameaça de quinta onda de Covid-19

25/10/2021 10h07

Após oito semanas de calma, os casos de Covid-19 voltam a aumentar na França, ameaçando uma quinta onda, diz o jornal La Croix desta segunda-feira (25).

Mas o jornal católico lembra que a aceleração da campanha de reforço vacinal e provável chegada de tratamentos eficazes antes do final do ano podem limitar o impacto do aumento de contaminações.

Há apenas um mês, a situação era favorável, lembra La Croix. Os casos de contaminação baixavam a cada semana e o governo se felicitava por ter ultrapassado a barra de 50 milhões de pessoas que receberam a primeira dose.

"E mais uma vez o vento virou de direção", diz o jornal. A partir de meados de outubro a incidência nacional voltou a subir, colocando fim a oito meses de estabilidade. A França apresenta agora mais de 48 casos por cem mil habitantes, ou seja, 10% a mais que há uma semana.

"A França saiu de sua zona de segurança", diz Antoine Flahault, diretor do Instituto de Saúde Global, em Genebra. Para ele, diante da pressão do vírus em toda a Europa, a quinta onda será difícil de evitar na França.

Alta de casos na Europa

Comparada aos vizinhos que observam novos picos, como Letônia, Rússia, Alemanha e Reino Unido, a França tem a vantagem de ter começado a vacinação de adolescentes precocemente. E espera-se que a imunização seja aberta para as crianças de 5 a 11 anos em meados de novembro.

Há um outro fator a levar em conta nesta época do ano: o frio. "Os vírus respiratórios são transmitidos em maior quantidade quando as temperaturas são mais baixas e a umidade, maior", de acordo com um especialista.

A terceira dose para as pessoas mais frágeis é imperativa, segundo os virologistas. Por enquanto, um terço de seis milhões de pessoas vulneráveis, incluindo idosos acima de 65 anos, receberam uma terceira dose de vacina. "É uma corrida contra o relógio pois são as pessoas com maior risco de serem hospitalizadas e morrerem por causa do vírus", explica Antoine Flahault.

A França tem vantagem sobre os vizinhos pela cobertura vacinal alta - 73,9% da população. O pais também impôs o passaporte sanitário e mantém medidas de contenção, como o uso obrigatório de máscaras nos transportes públicos e comércios.

Os especialistas lembram outro fator positivo -a ameaça de um vírus mutante resistente à vacina não se realizou.