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França vive crise na Saúde, com 20% dos leitos fechados e falta de profissionais

27/10/2021 13h43

"A situação é complicada" nos hospitais, reconhece o ministro da Saúde, Olivier Véran, que evoca "um aumento de quase um terço das vagas para paramédicos não ocupadas em relação ao outono de 2019", em entrevista ao jornal Libération desta quarta-feira (27). Cerca de 20% dos leitos hospitalares foram fechados e faltam profissionais de todo tipo, o que é mais um problema em um momento em que os números da Covid-19 voltam a crescer na França. 

"A situação é complicada" nos hospitais, reconhece o ministro da Saúde, Olivier Véran, que evoca "um aumento de quase um terço das vagas para paramédicos não ocupadas em relação ao outono de 2019", em entrevista ao jornal Libération desta quarta-feira (27). Cerca de 20% dos leitos hospitalares foram fechados e faltam profissionais de todo tipo, o que é mais um problema em um momento em que os números da Covid-19 voltam a crescer na França. 

"Acabamos de fazer uma sondagem em 16 hospitais universitários e, de fato, se extrapolarmos os dados, vemos um aumento de quase um terço das vagas de paramédicos em relação ao outono de 2019", detalhou o ministro.

"Um certo número de unidades de hospitais está sendo obrigado a fechar temporariamente ou reduzir suas alas por falta de profissionais, principalmente por não poder recrutá-los", acrescentou.

Olivier Véran nota ainda um aumento no número de faltas ao trabalho do pessoal que não faz parte do corpo médico, bem como das demissões em geral, mas "em proporções moderadas".

Além disso, entre 2018 e 2021, pouco mais de mil estudantes de enfermagem em formação "abandonaram o curso antes do final dos estudos" e "será lançada uma investigação" para que possamos "compreender os motivos".

A Federação de Hospitais da França (FHF) relatou, em 20 de outubro, "uma taxa de não-comparecimento (ao trabalho) de cerca de 10%" e "2 a 5% de postos de enfermagem vagos" em hospitais e estabelecimentos médico-sociais públicos.

E no seu parecer de 5 de outubro, o Conselho Científico relatou "uma porcentagem significativa de leitos fechados, de cerca de 20%", apesar de uma já significativa e crescente utilização de horas extras e de trabalho temporário.

Cinco profissões sob tensão

Esses dados coletados nas grandes estruturas hospitalares do país nas maiores regiões francesas também destacam um grande número de vagas, em especial em cinco profissões: enfermeiras ambulatoriais, enfermeiras de centro cirúrgico, enfermeiras anestesistas, radiologia e fisioterapeutas.

"A cifra dos 20% de leitos fechados, eu tenderia a contestá-la. E em todo caso, porque gosto profundamente da ciência e que antes de me expressar, procuro verificar para não dizer qualquer coisa. Pedi para ter o estudo mais exaustivo possível sobre o estado de fechamento dos leitos", comentou Véran na tarde desta quarta-feira, durante uma audiência na Assembleia Nacional sobre o projeto de lei de finanças para 2022.

"No momento, o único número que tenho é de uma amostra muito fragmentada de 16 hospitais. Com todos os vieses que podemos reconhecer, em 16 hospitais, o último dado que me veio é de 5% de leitos temporariamente fechados. Estaríamos, portanto, bem longe de 20% do estoque do hospital geral ", acrescentou.

No final de setembro, um estudo indicou que no final de dezembro de 2020 os hospitais registravam mais 5.700 leitos hospitalares fechados do que no final de dezembro de 2019.

"A situação é complicada, mas recuso o fatalismo", disse Olivier Véran em entrevista ao Libération. Ele afirma estar ciente "que o problema mais grave da atualidade" são as "degradações das condições de trabalho por falta de pessoal".

(Com informações da AFP)