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Em último vídeo do mandato, Merkel pede que população se vacine

04/12/2021 13h28

A chanceler alemã  Angela Merkel, que deixará o poder na próxima quarta-feira (8), voltou a defender neste sábado (4) a vacinação contra a Covid-19, no último de uma série de mais de 600 vídeos gravados e publicado nas redes sociais, desde 2006.

"Peço mais uma vez e insisto: levem esse vírus a sério. A nova variante ômicron parece ainda mais contagiosa que as anteriores. Vacinem-se. Não importa se é uma primeira dose ou uma dose reforço. Qualquer vacinação é útil", disse a chanceler alemã na mensagem. Ela ressaltou que a quarta onda da Covid-19 na Alemanha é  "dramática" em algumas regiões, onde as unidades de terapia intensiva estão sobrecarregadas. "Isso poderia ter sido evitado. Com vacinas eficazes e seguras, temos a solução", insistiu Merkel.

A líder, que na próxima quarta-feira (8) passará o poder ao futuro chanceler Olaf Scholz agradeceu ainda à "grande maioria" de cidadãos que "respeitam as regras" e tem "senso cívico." Uma das primeiras tarefas do próximo governo, formado por uma coalizão de social-democratas, verdes e liberais, será a aprovação de um projeto de vacinação obrigatória contra a Covid-19, a partir de fevereiro ou março de 2022, que é apoiado por boa parte dos partidos políticos. 

A primeira gravação de Angela Merkel aconteceu em 2006, antes do início da Copa do Mundo de Futebol no país. "Meu desejo, na época, era que a Copa do Mundo se transformasse em uma grande festa fora dos estádios. Ele foi realizado como em um conto de fadas", lembrou a chanceler alemã, que utilizou as mensagens em vídeo para falar sobre temas variados: meio-ambiente, cultura, segurança, digitalização, igualdade de direitos e luta contra o antisemitismo. Nos últimos dois anos, entretanto, Merkel falou basicamente sobre a epidemia.

Restrições para vacinados

Em meio a uma grave onda epidêmica, a chanceler decidiu, nesta quinta-feira (2), aumentar as restrições para pessoas não vacinadas contra a Covid-19, na tentativa de conter a quarta onda de infecções.  

"A situação é muito, muito complicada", disse o futuro chanceler Olaf Scholz, após um encontro com Merkel e com os líderes das 16 regiões do país. Nos últimos dias, os números se estabilizaram mas continuam alarmantes, com dezenas de milhares de novos casos diários e hospitais à beira do colapso.

Para lidar com as infecções, as autoridades decidiram aplicar restrições a pessoas não vacinadas, que representam cerca de um terço da população. "Vamos organizar atividades culturais e de lazer em toda a Alemanha, mas apenas para pessoas vacinadas ou recuperadas" da Covid-19, disse Merkel. A chamada regra "2G", em referência a pessoas vacinadas ou recuperadas, "também será estendida ao comércio, com exceção de lojas de produtos básicos", disse a chanceler.

Pessoas não vacinadas já estão sujeitas a restrições de acesso às vias públicas há várias semanas, mas as regras variam e não atingem todas as regiões do país. Para evitar multidões nas festividades de final de ano, o governo e as regiões também proibiram fogos de artifício, muito populares entre os alemães.

Clubes e boates terão que fechar se o marco dos 350 casos para cada 100 mil habitantes for ultrapassado, o que já aconteceu na maioria das regiões. O uso de máscaras também voltou a ser obrigatório nas escolas do país.

(Com informações da AFP)