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Principal partido de direita francês escolhe pela primeira vez uma mulher como candidata para eleições presidenciais

04/12/2021 15h36

O principal partido de direita francês, o Republicanos (LR), elegeu neste sábado (4) Valérie Pécresse como candidata para as eleições presidenciais de abril de 2022. Com a escolha, a França tem, pela primeira vez na história, mulheres representado os três maiores partidos do país na disputa pela vaga no Palácio do Eliseu.

A representante da ala social-liberal do partido, obteve 60,95% dos votos no segundo turno das primárias republicanas, realizadas de maneira virtual, contra 39,05% de seu rival, o conservador Eric Ciotti, e se tornou a primeira mulher a defender a direita em uma eleição presidencial na França.

"Obrigada pela audácia", declarou Pécresse em discurso, após a divulgação dos resultados. "A direita republicana está de volta", disse chamando os militantes a apoiar sua candidatura.

"Pela primeira vez em sua história, o partido do general De Gaulle, de Georges Pompidou, de Jacques Chirac, de Nicolas Sarkozy, nossa família política, vai ter uma candidata à eleição presidencial. E eu vou me mostrar à altura, eu vou dar tudo para fazer com que nossas convicções triunfem", disse a atual presidente da região Île de France, que engloba Paris, e ex-ministra do Ensino Superior e do Planejamento de Nicolas Sarkozy (2007 - 2012).

Aos 54 anos, Pécresse tem uma linha liberal no plano econômico, que agrada seu grupo político, mas se posiciona de maneira dura sobre questões ligadas à imigração e tem como proposta instaurar um sistema de quotas para vistos.

A escolha de Pécresse foi criticada pela rival da extrema-direita, Marine Le Pen, que após a vitória, comparou a candidata republicana ao atual presidente Emmanuel Macron, que ainda não oficializou sua candidatura para a reeleição. "Na realidade, Valérie Pécresse é talvez a mais 'macronista' de todos os candidatos que estavam presentes nesta competição interna do LR", disse. "É triste para os eleitores do LR", reagiu Le Pen.

Se adiantando às críticas, Pécresse diz estar no "centro da direita" e ser a "única que tem capacidade de unir todas as sensiblidades", inclusive de atrair os eleitores de Macron.

Presença feminina

Pela primeira vez na história, três mulheres vão representar os partidos mais expressivos da paisagem política francesa, em uma eleição presidencial. Além de Pécresse, da direita, concorrem pela vaga a socialista e prefeita de Paris, Anne Hidalgo, e Marine Le Pen, do Reagrupamento Nacional, de extrema-direita.   

Apenas 12 mulheres foram candidatas à presidência da França desde que obtiveram o direito ao voto, em 1944, e passaram a ser elegíveis. Somente 30 anos depois desta data, em 1974, Arlette Laguiller, foi a primeira mulher a apresentar sua candidatura para presidente pelo partido Luta Operária. Ela voltou a se apresentar em todas as eleições, até 2007.

Duas mulheres conseguiram chegar ao segundo turno: Ségolène Royal, pelo Partido Socialista, em 2007, contra Nicolas Sarkozy, do União pelo Movimento Popular, e Marine Le Pen, pela Frenta Nacional, em 2017, contra Emmanuel Macron, da República em Marcha.