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Vacinação de crianças, novas restrições e casas noturnas fechadas: como será o fim de ano na França

06/12/2021 16h48

O primeiro-ministro francês Jean Castex anunciou nesta segunda-feira (6) várias medidas destinadas a conter a quinta onda da epidemia de Covid-19 na França, apesar de não haver mudanças concretas na estratégia vacinal geral da população. Entre outras coisas, ele anunciou um fortalecimento do protocolo de saúde nas escolas e o fechamento de casas noturnas por quatro semanas, além da vacinação estendida às crianças mais frágeis ou com comorbidades de 5 a 11 anos, a partir de 15 de dezembro.

O premiê Castex também anunciou que a vacinação de crianças vulneráveis ou com comorbidades poderia ser estendida antes do final do ano a toda a faixa etária, dentro da qual a taxa de incidência de Covid-19 é significativamente maior do que no resto da população.

Pessoas com 65 anos ou mais podem ser vacinadas sem hora marcada, seja para uma primeira dose ou um reforço (de segunda ou terceira dose). Na França, a vacina é aplicada a partir de consultas com hora marcada pela internet.

Mais restrições

A passagem do protocolo de saúde no Ensino Nacional para o nível 3 (numa escala de quatro) tornará obrigatório o uso de máscara no exterior, por exemplo nos parques infantis, e não mais apenas no interior de recintos. Este aumento do protocolo também prevê a limitação das atividades esportivas.

O fechamento das boates e casas noturnas por quatro semanas entrará em vigor a partir desta sexta-feira (10), disse Jean Castex.

As decisões, tomadas no início do dia em uma reunião do conselho de defesa da saúde no Eliseu, ocorrem no momento em que a França, como muitos países europeus, enfrenta um aumento acentuado da epidemia de Covid-19 há várias semanas. A taxa de incidência semanal saltou para mais de 400 infectados por 100.000 pessoas no final da semana passada, mais do que o dobro da semana anterior.

"Esta situação nos convoca à lucidez e vigilância, sem ceder a nenhum tipo de pânico", disse Castex em entrevista coletiva.

"Mesmo se o número de casos for novamente muito alto, a situação não é a mesma de um ano atrás. Os franceses se vacinaram em massa, este é o caso de 52 milhões de nós e isso mudou o jogo", analisou o primeiro-ministro.

Aumento das contaminações começa a abrandar

O ministro da Saúde da França, Olivier Véran, observou que o aumento das contaminações começou a abrandar, mas continua elevado, vendo-se "talvez um primeiro efeito de freio nas infecções".

Ao combinar as medidas anunciadas nesta segunda-feira com o esforço de vacinação - com uma meta de 15 milhões de doses de reforço administradas até o final do ano - e o apelo à responsabilidade individual, "queremos limitar a nova onda epidêmica e evitar qualquer medida mais drástica", disse Véran.

Embora assegurando que "não é hora para toque de recolher ou novo lockdown", Jean Castex apelou aos franceses para que recorressem mais ao teletrabalho (home office) e "evitarem" festas privadas e profissionais até ao final do ano.

Se a atual retomada da epidemia ainda está ligada à variante delta no país, a França já identificou 25 casos de contaminação pela variante ômicron, incluindo 21 casos importados e quatro por transmissão em solo francês.

Segundo dados preliminares, esta variante parece ser mais contagiosa ou mesmo mais "fortemente contagiosa" do que a Delta, mas não mais perigosa, disse o ministro Olivier Véran, segundo o qual seria inútil modificar a estratégia vacinal.

Com informações da AFP